O psicólogo escolar em políticas públicas no Piauí: mapeamento e demandas

Abstract

A presente pesquisa versa acerca da atuação do psicólogo escolar nas políticas públicas no contexto histórico-cultural piauiense. Essas norteiam a relação entre Estado e sociedade, tendo em vista as demandas sociais que emergem e que, assim, requerem intervenções a fim de manter o estado de sociabilidade e de garantia de direitos, como o direito à educação. Nessa perspectiva, a pesquisa aqui descrita teve como objetivo identificar psicólogos inseridos nas políticas públicas educacionais no estado do Piauí e caracterizar sua atuação profissional. Utilizou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, e foram entrevistados 42 psicólogos que atuam em políticas públicas educacionais no estado do Piauí. Foram utilizados os instrumentos: formulário de identificação de políticas públicas; entrevista semiestruturada; e questionário sociodemográfico. Foram analisados pelo procedimento de análise de conteúdo. Identificaram-se, sobretudo, os eixos de políticas nos quais estão inseridos, assim como as demandas educacionais e limitações recorrentes na referida realidade. Espera-se que o levantamento aqui realizado possa ser utilizado a fim de delinear práticas futuras em políticas públicas educacionais acerca das demandas levantadas, sobretudo com relação àquelas que são recorrentes, mas que não vêm sendo contempladas nas práticas e nos modos de atuação.

Pioneiras/os da psicologia escolar no estado do Piauí

“…Para a construção da pesquisa, primeiramente, foi feita uma revisão da literatura, sendo encontradas algumas teses e dissertações que versam sobre o tema, tanto no cenário piauiense quanto nacional. Entre eles estavam: Antunes (2008), Barbosa (2012), Candeira et al (2020), Carvalho (2019), Lima (2005)…”

“…Apesar de ainda haver uma supremacia de serviços de psicologia nas áreas mais abastadas do estado, alguns movimentos foram marcantes nesse processo de descentralização. Atualmente, por exemplo, o Piauí conta com 21 regionais de educação distribuídas de Norte a Sul, e todas possuem pelo menos um profissional de psicologia inserido, em parceria com pedagogo e assistente social (Negreiros et al, 2020).…”

“…Assim, era ensinado e exigido à/ao psicóloga(o) uma postura de correção aos estudantes que apresentassem comportamentos desviantes da norma, com intuito de reajustá-los aos padrões socialmente aceitos. Tais posturas evidenciam um olhar individualizante pautado em um viés culpabilizador do sujeito, o que fortaleceu a explicação por parte de psicologia de que o fracasso escolar teria suas razões em demandas exclusivas dos alunos, fortalecendo uma prática individualizada, psicodiagnóstica e psicoterapêutica (Candeira et al, 2020).…”