O artigo objetiva refletir sobre os efeitos da política de reordenamento de escolas nas subjetividades e aprendizagens dos discentes em transição do 5º para o 6º ano do ensino fundamental e procura compreender como eles são afetados por esse modelo de especialização das escolas. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, de abordagem qualitativa e estudo de casos múltiplos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com coordenadores pedagógicos posteriormente analisadas pela Análise de Discurso Crítica proposta por Fairclough. As análises sugerem que, ao fragmentar a oferta do ensino fundamental, a transição dos alunos entre 5º e 6º ano é afetada pelo esgarçamento dos vínculos afetivos dos alunos, uma vez que ocorre uma ruptura decorrente da desterritorialização. Essa situação, devido à Estima de lugar, demanda tempo para reconstrução dos laços de pertencimento e irmandade em torno do novo território, o que pode vir afetar a aprendizagem e o rendimento escolar desses estudantes. Portanto, essa transição merece atenção e acompanhamento por parte dos profissionais da educação de modo a mitigar os impactos negativos nas subjetividades desse alunado.