O Serviço Social E a Crítica Da Assistência Estudantil Consentida: Tarefas Teóricas

Abstract

Este ensaio elucida caminhos analíticos, a serem incorporados nos programas de investigação do Serviço Social, capazes de desvelar mediações históricas concretas que fundamentem a crítica ao projeto de assistência estudantil consentida. Parte de hipóteses de trabalho que abordam a expansão da assistência estudantil na contrarreforma universitária dos anos 2000 sob o viés da refuncionalização de seu conteúdo e formato (na direção do fortalecimento de tendências produtivistas e da bolsificação de suas ações). Neste movimento, percebe o Serviço Social enquanto um dos principais sujeitos políticos responsáveis pela formulação e operacionalização destas ações nas Universidades, repensando sua contribuição para a estruturação de um projeto de assistência estudantil ampliado. Avança com a hipótese de que o aumento da participação destes profissionais nesta área não significou, na mesma proporção, um aprofundamento teórico metodológico capaz de desvelar o seu movimento real e, portanto, fazer a crítica ao projeto dominante – sintetizado aqui, a partir da categoria da assistência estudantil consentida. Por fim, indica sugestões de programáticas de estudos que devem ocupar centralidade nas investigações do Serviço Social na assistência estudantil – ao conceberem a gênese e desenvolvimento destas ações considerando as determinações engendradas pela particularidade do “padrão brasileiro de escola superior”.

O Esporte e o Lazer no Programa Nacional de Assistência Estudantil

“…Atualmente, trata-se da principal ferramenta orientadora e disciplinadora da política de assistência estudantil nas IFES (MICHELOTTO; FREIRE, 2017; DUTRA; SANTOS, 2017; CINTRA; SOUZA; FAVA, 2020). No cenário de popularização do ensino superior, a assistência estudantil passa a ter que atender uma grande quantidade de alunos em um curto espaço de tempo e com orçamento reduzido (NASCIMENTO, 2014;DUTRA;PEREIRA;, principalmente após 2021 a universidade atinge o máximo visto até hoje de alunos com perfil de vulnerabilidade e que serão potenciais estudantes que necessitarão de assistência estudantil (CINTRA; RIBEIRO; COSTA, 2018; SOUZA; CINTRA, 2020).…”

“…Ao lançar mão de toda essa estrutura, no intuito de garantir credibilidade, evita-se a formação de viés em cada etapa da pesquisa (MICHELOTTO; FREIRE, 2017). Avaliar o perfil, as dificuldades emocionais e problemas enfrentados pelos estudantes Meireles, Silva e Rabelo (2022).…”

“…Fonte: Resultados da pesquisa (2022). Nota: Oliveira (2018) e Silva (2017) figuraram em dois grupos.…”