Introdução: A violência doméstica, uma problemática constante na vida de muitas mulheres, possui dimensões globais. Esse infortúnio que assombra o sistema de saúde se intensificou ainda mais com as medidas de restrição social e o confinamento das vítimas com seus agressores por um longo período, no cenário de pandemia da Covid-19. Nesse sentido, é relevante falar sobre o acompanhamento multiprofissional, que deve ser garantido pelo Estado, e sobre as lesões provocadas pelos maus-tratos, sobretudo na face, que interferem na identidade visual, autoestima e qualidade de vida, acarretando desordens físicas e psicológicas na mulher. Objetivo: Essa pesquisa teve por objetivo identificar a conduta dos cirurgiões-dentistas frente à violência contra a mulher, por meio de uma revisão integrativa. Metodologia: A busca dos estudos foi realizada nas plataformas de bancos de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e da National Library of Medicine (PubMed). Foram selecionados os textos completos, disponíveis em português, referentes aos últimos cinco anos (2017-2022) e utilizando os descritores "Violência contra as mulheres", “Saúde bucal”, "Autoimagem" e “Traumatismos da Face”. Em inglês na PubMed e português na BVS, combinados com o operador booleano “AND”. Resultados: Foram recuperados 51 estudos, dos quais utilizaram-se 13, pois esses satisfizeram os critérios de inclusão e exclusão, demonstrando que o tema de maior destaque foi a violência contra a mulher associada com a autoestima, autoimagem e predominantemente estudos transversais. Ainda, os dados encontrados não contemplaram completamente a indagação sobre o papel do cirurgião-dentista diante do acolhimento das vítimas da violência doméstica Conclusões: Os cirurgiões-dentistas como profissionais de saúde, inseridos diariamente no manejo das lesões de cabeça e pescoço, fazem parte do acolhimento das vítimas de violência doméstica e devem ser capacitados para lidar com as demandas necessárias.