“…Como argumentam Brooks e Wohlforth (2016), os EUA continuam sendo a principal potência do sistema internacional, apesar dos problemas econômicos que vivenciaram com a crise de 2008 e em face a ascensão da China como grande potência. Dessa maneira, nas palavras dos autores, "a ascensão da China ao potencial emergente do nível de superpotência não altera essa realidade estrutural" e, portanto, o sistema internacional continua, mesmo com transformações no poder relativo e o crescimento chinês, unipolar (BROOKS;WOHLFORTH, 2016, tradução nossa).Todavia, afirmar sobre a continuidade da unipolaridade ainda durante a administração Obama não significa dizer que deixaram de ocorrer transformações na balança de poder entre os países, sobretudo quando consideramos o nível regional, a continuidade dos investimentos chineses na modernização de suas forças militares 4 e seu crescimento econômico internacionalmente -por meio da ampliação de parcerias com países do Sul Global, dos investimentos em inovação, da criação de instituições financeiras e de seus projetos infraestruturais como a BRI(ZHAO, 20 15;NOGUEIRA;HENDLER, 2016).No que tange às variáveis intervenientes (variáveis domésticas) deve-se considerar (i) as percepções de ameaça e oportunidades por parte das lideranças e das elites e (ii) a percepção por parte das lideranças e das elites em relação à capacidade de extração de recursos (a potência do estado em relação à sociedade). Em relação ao primeiro ponto, (i) como mencionado, o contexto tóxico do Oriente Médio e a ascensão de Barack Obama redirecionaram os interesses dos EUA para a Ásia devido ao dinamismo econômico da região e a própria ascensão da China.…”