This article highlights the main features of the territoriality of social groups that occupy the communities located in the Japura-Maraã region, which encompasses part of the territories of the Mamirauá and Amanã SDRs, AM, and the strategies used by households to guarantee access to natural resources. The analysed data are the result of research that aimed to map the territories occupied by different social groups that form communities, seeking to identify situations of conflict and their relation to the control of access to natural resources in areas where fishing resource management activities are being undertaken. The analysis shows that, in the last one hundred years, the geographic mobility of families in search of natural resources has contributed to the formation of territories that have lakes and land rich in forest resources. These families, who settled in several villages, built social relationships and a large territory, and exercised control over access to natural resources, giving priority to members of their kinship group. It was concluded that competition for territories with former residents who migrated to urban areas, and alliances with external actors, such as fishing entrepreneurs, hinder the work of building territorial pacts and generate conflicts. RESUMO O artigo destaca as principais características da territorialidade de grupos sociais que ocupam as comunidades situadas na região do Japurá-Maraã que engloba parte dos territórios das RDS Mamirauá e Amanã, AM, e as estratégias utilizadas pelas famílias para garantir o acesso a recursos naturais. Os dados analisados resultam de pesquisa que teve como objetivo mapear os territórios ocupados por diferentes grupos sociais que formam as comunidades, procurando identificar situações de conflitos e sua relação com o controle do acesso a recursos naturais em áreas onde estão sendo realizadas atividades de manejo de recursos pesqueiros. A análise mostra que nos últimos cem anos a mobilidade geográfica das famílias em busca de recursos naturais contribuiu para a formação de territórios que possuem lagos e terras ricas em recursos vegetais; estas famílias estabelecidas em vários povoados construíram relações de sociabilidade e um amplo território; e exerceram o controle do acesso aos recursos naturais, priorizando os membros de seu grupo de parentesco. Conclui que a disputa por territórios com ex-moradores que migraram para a área urbana, e as alianças com atores externos, como empresários de pesca, dificultam o trabalho de construção de pactos territoriais e geram conflitos.