Devido a sua alta prevalência, o abandono em psicoterapia tem sido um fenômeno amplamente discutido por clínicos e pesquisadores. Considerando as consequências negativas da terminação prematura do tratamento tanto para os pacientes quanto para os terapeutas e serviços de saúde, este estudo busca conhecer fatores que favorecem a adesão à psicoterapia psicanalítica/psicodinâmica. Foram entrevistados seis ex-pacientes de um instituto de formação em psicoterapia psicanalítica que haviam concluído o tratamento em concordância com seus terapeutas, no máximo, há 12 meses. O conteúdo das entrevistas foi transcrito e analisado a partir da metodologia clínico-qualitativa. O corpus gerou quatro categorias e sete subcategorias, que foram discutidas a partir do referencial psicanalítico/psicodinâmico. Os principais facilitadores de adesão encontrados foram: o relacionamento e a aliança terapêutica, os aspectos relacionados ao setting, às características do terapeuta e do próprio paciente, bem como a percepção de mudança no decorrer do processo. Os resultados podem auxiliar os terapeutas em sua prática, contribuindo para minimizar índices tão elevados de evasão, além de ajudar seus pacientes a extrair o máximo benefício possível da intervenção.