O trabalho colaborativo nas políticas curriculares em Portugal na transição de séculos

Abstract

Resumo: O artigo, focado na temática do trabalho colaborativo, tem como objetivo comparar princípios veiculados por políticas públicas em dois momentos do sistema educativo português. Seguindo uma orientação qualitativa, foram feitas entrevistas semiestruturadas a quatro professoras e à diretora de uma escola de ensino básico da cidade do Porto e a dois professores de uma universidade pública. Os discursos, interpretados por análise de conteúdo, permitem concluir que, embora sejam valorizadas práticas de trabalho colaborativo, as políticas atuais e a intensificação do trabalho docente, bem como a forte pressão gerada por exames nacionais e internacionais, têm tido como consequência que grande parte dos professores se afaste de práticas colaborativas estimuladas por políticas do final do século XX e se voltem para o treinamento dos estudantes, na expectativa de resultados imediatos. Palavras-chave: trabalho colaborativo, educação básica, intensifi cação do trabalho docente, formatos avaliativos, políticas públicas.

Negociação das políticas/práticas curriculares: o desenvolvimento profissional de professores(as) orientado para a decisão curricular

“…Nesse cenário, podemos visualizar já algumas disputas em torno da significação do currículo. Se, por um lado, temos as políticas neoliberais que buscam definir como a educação deve se materializar, por outro, temos os(as) educadores(as) e os(as) pesquisadores(as) que concebem as escolas como curricularmente inteligentes (LEITE, 2005), capazes de construir, a partir do envolvimento e do comprometimento coletivo de seus atores, currículos que respondam às demandas contextuais.…”

A educação enquanto fenômeno social: Perspectivas atuais

“…Entre as diversas alternativas pedagógicas para sanar os problemas anteriormente destacados, encontra-se a utilização das Tecnologias Digitais, consideradas importantes ferramentas a serviço dos processos educativos (ALMEIDA, 2003;BASANTE, 2009;CORTELAZZO, 2013). As referidas tecnologias podem se apresentar como uma forma mais interativa, dinâmica, envolvente e interessante para os alunos de uma forma geral Desta forma, destaca-se que as Tecnologias Digitais, quando utilizadas de forma adequada tanto por professores quanto por alunos, se apresentam como importantes instrumentos a favor de uma aprendizagem significativa (PETERS, 2004;BASANTE, 2009). As Tecnologias Digitais (TD), podem fornecer novas e diferentes possibilidades de interação rompendo com os limites das salas de aula e com os processos educativos fundamentalmente tradicionais (PETERS, 2004;BASANTE, 2009;CORTELAZZO, 2013).…”

“…Ademais, as TD são consideradas por muitos pesquisadores (PETERS, 2004;MAIA;MATTAR, 2007;BASANTE, 2009;LEVY, 2010;CORTELAZZO, 2013;ROCHA, 2013;FARIA, 2014) de grande relevância para uma educação de qualidade e atenda às transformações da sociedade e de suas necessidades. Desta forma, cabe aos professores a busca por caminhos para apresentá-las aos alunos como um instrumento de qualificação dos processos educativos.…”