O uso da cultura popular brasileira como conteúdo de ensino da Educação Física escolar (1930-1960)

Abstract

Este artigo objetiva investigar o modo como o Método Francês de Educação Física, originado na França, esteve sujeito a apropriações nas experiências de escolarização da Educação Física no Brasil. Dialoga com os pressupostos da História Cultural e da Micro-História para perceber o uso de um modelo estrangeiro na cotidianidade das práticas, operando com fontes históricas das escolas de Educação Física criadas nos anos de 1930. Conclui que houve uma aclimatização do Método Francês à cultura receptora, aproximando os exercícios físicos dos hábitos culturais da população brasileira. Para isso, fez-se uso da cultura popular, que conviveu pacificamente com a metodologia científica do método estrangeiro, ao mesmo tempo que foi utilizada como expressão de uma nacionalidade.

O Letramento Das Crianças Pela História Dos Livros De Leitura

“…Logo, por meio da análise de livros didáticos, mais especificamente livros de leitura destinados ao antigo ensino primário, pretendemos desvendar algum rastro de práticas escolares em escolas brasileiras, entre o final do século XIX e meados do século XX. Por partilhar do entendimento de que os livros didáticos são artefatos produzidos na, para e pela escola, ou seja, símbolos da cultura escolar, a acepção de cultura escolar como proposta por Julia (2001) lançou luz sobre os debates que envolveram as práticas da leitura e da escrita.…”

Livros estrangeiros e materiais didáticos do laboratório de matemática do instituto de educação general flores da cunha (1940-1970): indícios sobre a formação de normalistas

“…É para o interior desse espaço, no âmbito do Curso Normal, e em particular para as práticas que aconteciam no Laboratório de Matemática (LM), relacionadas aos modos de ensinar e aos saberes matemáticos que circulavam nas décadas de 1940 a 1970, que deteremos nosso olhar. Direcionadas pelas ideias de Dominique Julia sobre cultura escolar, buscando abrir a "caixa preta" da escola ao compreender o que ocorre nesse espaço em particular (JULIA, 2001) e os conceitos de "prática" e "cotidiano" de Michel de Certeau (1998), nos propomos a trazer alguns elementos que nos permitam conhecer livros e materiais didáticos destinados ao ensino e aprendizagem da matemática que estavam presentes no cotidiano da formação das normalistas, a partir de trechos de entrevistas de ex-alunas e professoras que estudaram/atuaram no IEGFC, utilizadas nas pesquisas de Bonfada (2017), e Silva (2019), que acompanhamos, bem como de documentos manuscritos, mimeografados e datilografados, materiais didáticos e livros estrangeiros localizados no acervo do LM do Instituto. Os documentos localizados no acervo nos permitem identificar rastros e indícios das práticas que aconteciam na escola, sobre a rotina, a organização do tempo, do espaço e sobre os modos de ensinar matemática no Curso Normal.…”

A criação da Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo para a formação de mulheres

“…Para tanto, eram aplicados programas educativos que possuíam não apenas métodos e técnicas relativos ao processo de aprendizagem, mas também princípios éticos, morais e religiosos para a formação de mulheres católicas. De acordo com Julia (2012), as ações educacionais que se davam no interior do monumento arquitetônico, a cultura escolar que perpassava os ambientes de ensino e de aprendizagem, os ritos, as formas de organização e de gestão e os sistemas curriculares eram direcionados para o objetivo maior da formação religiosa.…”