Analisa as práticas de ensino e os saberes em circulação na formação de professores na Escola de Educação Física do Espírito Santo na década de 1930. Opera com o conceito de lutas de representações e com as possibilidades metodológicas do paradigma indiciário. Como fontes, utiliza os documentos do Arquivo Permanente do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo (Cefd/Ufes). Na Escola de Educação Física do Espírito Santo, o objetivo era habilitar o professorado capixaba a trabalhar com o Método Francês nas escolas estaduais, para tanto, aos alunos eram ensinados as novas teorias e as novas práticas do Regulamento nº 7 de Educação Física. Apesar da presença dos militares na organização e funcionamento da escola, os indícios deixados nos documentos não sinalizam a intenção de militarizar e tornar mais esportiva as aulas, mas o trato pedagógico com os conteúdos de ensino.
O estudo analisa a Revista de Educação, impresso produzido na cidade de Vitória, entre os anos de 1934 e 1937, para compreender a escolarização da Educação Física no Espírito Santo, durante a gestão do interventor federal João Punaro Bley, e sua proposta de formação de professores aptos a ministrar a disciplina Educação Física nas escolas capixabas.
RESUMO: Este estudo objetiva investigar o modo como o Règlement Général d’Éducation Physique, designado nacionalmente como Método Francês, foi elaborado na França. Caminha em busca de novas representações para compreender esse objeto que, na sua historicidade, foi marcado por uma filosofia eclética. Dialoga com os pressupostos da História Cultural (CERTEAU, 1994; CHARTIER, 2002) e da Micro-história (GINZBURG, 1991; REVEL, 1998) para perceber as peculiaridades que marcaram a sua constituição e as concorrências entre indivíduos e instituições. No processo de elaboração do Método Francês, destaca-se o ecletismo, um jogo articulado de forças da École de Joinville-le-Pont, para não perder sua representatividade historicamente construída na área. A instituição apropriou-se do que considerou como as melhores teses e elementos em circulação sobre a Educação Física - Método Sueco, Método Natural, Método de Demeny e os esportes ingleses -, conciliando-os com vistas à obtenção de um sistema vasto. A sua gênese permite perceber as disputas intestinas ocorridas na França para a sua circulação e sua autoridade sobre a dimensão formativa do cidadão francês relacionadas com os usos do corpo, bem como em países estrangeiros, como o Brasil.
Este artigo objetiva investigar o modo como o Método Francês de Educação Física, originado na França, esteve sujeito a apropriações nas experiências de escolarização da Educação Física no Brasil. Dialoga com os pressupostos da História Cultural e da Micro-História para perceber o uso de um modelo estrangeiro na cotidianidade das práticas, operando com fontes históricas das escolas de Educação Física criadas nos anos de 1930. Conclui que houve uma aclimatização do Método Francês à cultura receptora, aproximando os exercícios físicos dos hábitos culturais da população brasileira. Para isso, fez-se uso da cultura popular, que conviveu pacificamente com a metodologia científica do método estrangeiro, ao mesmo tempo que foi utilizada como expressão de uma nacionalidade.
Resumo: O estudo analisa o processo de circulação dos padrões pedagógicos, na década de 1930, que dão forma a uma nova cultura escolar em terras capixabas. Utiliza como fonte a Revista de Educação, impresso produzido na cidade de Vitória, entre 1934 e 1937, como meio de externar a política educacional do interventor federal João Punaro Bley. Opera com o conceito de lutas de representação (CHARTIER, 1990) para analisar o investimento, que é feito naquele período, para a constituição da Educação Física como disciplina escolar. Constata que, na reforma de Bley, à Educação Física é dada bastante evidência, pois tinha como objetivo proporcionar o fortalecimento da juventude e capacitá-la para a industrialização que se esperava desenvolver em solo capixaba.
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