A partir de lacunas e desvios teóricos destacados de recentes diagnósticos sobre a pesquisa em tecnologias digitais na América Latina, focamos em dois eixos. Discutimos sobre a produção de teorizações sociais a partir das materialidades das tecnologias, sobretudo, fundamentadas em trabalhos do Norte hegemônico. Em seguida, questionamos a pouca influência teórica de autores do pensamento comunicacional latino-americano, principalmente, Martín-Barbero, nesta linha de pesquisa. Por fim, elencamos esforços teóricos e empíricos impulsionados pela ideia de produzir conhecimento sobre a problemática em questão a partir da América Latina, demanda considerada urgente. Posicionadas nas interseções dos estudos culturais com a comunicação, defendemos que a “novidade” do objeto de estudo, das tecnologias digitais e suas diversas interfaces – sociais, culturais e materiais – e a configuração de uma nova área de estudos não justifica o descarte de teorizações que ainda demonstram potência, sobretudo, quando inspiram formulações nativas.