O planejamento da paisagem orientado pelas Soluções baseadas na Natureza (SbN) vem sendo apresentado em diversas pesquisas como uma forma de promover o desenvolvimento urbano em consonância com a trama verde e azul das cidades. Entretanto, o planejamento urbano tradicional desconsidera importantes funções desempenhadas pela natureza, o que associado ao crescimento desordenado e progressivo das cidades, desintegra o meio urbano do contexto em que ele se insere e contribui para um desequilíbrio ecossistêmico. Este fenômeno vem sendo observado nas cidades localizadas no cerrado brasileiro, tendo em vista o desmatamento da região e a contínua perda da biodiversidade. Soluções que tratam da conexão e preservação das dinâmicas naturais, inclusive a continuidade da troca gênica, podem ser responsáveis pela reintegração sistêmica de áreas degradadas, impactando comunidades e auxiliando na preservação da fauna e flora. Tal questão também se conecta com a necessidade de manutenção de cursos d’água vitais para o abastecimento de 6 das 8 principais bacias hidrográficas do Brasil. Diante disso, o objetivo deste estudo é estabelecer uma proposta de infraestrutura verde, em uma escala regional, tendo como recorte a Bacia do Paranoá no Distrito Federal, unidade hidrográfica importante para a manutenção dos recursos naturais da região e para a preservação dos biomas brasileiros. Para tanto, se vale de uma revisão bibliográfica e de uma estratégia de análise e diagnóstico baseada em McHarg (1964). Como resultado, apresenta uma série de estratégias para se planejar uma paisagem resiliente no contexto urbano. Entre elas está a criação de uma rede de paisagens multifuncionais que se conectam através do sistema hidrológico da região e da criação de corredores ecológicos, que visam integrar os elementos da infraestrutura verde dentro deste recorte. Dessa forma, destaca-se o uso de SbN no contexto do planejamento urbano, capaz de estabelecer uma relação harmoniosa entre cidade e meio ambiente.