Embora relativamente recente, a noção de Infraestrutura Verde, isto é, a ideia de que paisagem é algo fundamental para o bom funcionamento da Cidade, vem sendo amplamente aceita nos campos da arquitetura da paisagem e urbanismo. No entanto, a sua aplicação em áreas densamente urbanizadas carece de métodos adequados, uma vez que o conceito surgiu como crítica a um contexto muito diferente e específico, o espraiamento norte-americano pós-Segunda Guerra Mundial. Este trabalho investiga a aplicação da Infraestrutura Verde na microbacia do Água Preta, área drenada por um dos muitos córregos ocultos da cidade de São Paulo e que apresenta muitos dos problemas típicos de áreas muito adensadas: alta taxa de impermeabilização, ilhas de calor, erradicação da cobertura vegetal original, radical alteração hidrológica, enchentes, carência de áreas verdes e precariedade dos sistemas de mobilidade e serviços públicos. Como método para aplicação, foi proposta uma adaptação no zoneamento ambiental desenvolvido por Schutzer a partir da clássica análise geomorfológica de Ab'Saber. É apresentado um plano com diretrizes para que os processos naturais convivam com a ocupação dessa bacia hidrográfica. O córrego da Água Preta, hoje sinônimo de enchentes, transforma-se assim em eixo estruturador do desenvolvimento da região.
O ensaio visa investigar como a obra Primavera silenciosa, de Rachel Carson, tornou-se o livro fundador do movimento ambientalista moderno. Lançada em 1962, a obra é um alerta para os perigos do uso indiscriminado de pesticidas. Embora hoje seja presença obrigatória na bibliografia de referência de disciplinas voltadas ao estudo do meio ambiente, à época de seu lançamento a obra foi duramente combatida e sua autora, desacreditada. Este trabalho procura entender como um livro que destoava tão fortemente do senso comum pôde conquistar legitimidade e transformar-se em um dos produtos culturais mais importantes de nossa época.
A noção de Infraestrutura Verde vem sendo amplamente aceita nos campos da arquitetura da paisagem e do urbanismo. No entanto, a sua aplicação em áreas densamente urbanizadas carece de métodos adequados, uma vez que o conceito surgiu em um contexto muito diferente, o espraiamento norte-americano. Este trabalho investiga como a proposta de zoneamento ambiental baseado nos processos naturais e na análise geomorfológica pode embasar cientificamente a aplicação da Infraestrutura Verde. Para isso identificamos os processos naturais predominantes em cada zona ambiental e também os processos mimetizados ou incentivados por cada tipologia paisagística. Conclui-se que a análise das formas do relevo permite identificar que tipologias são indicadas para cada compartimento do relevo, o que colabora para a harmonização entre as dinâmicas da base biofísica e a ocupação humana.
ResumoA partir da contextualização sobre a necessidade de novos paradigmas de planejamento urbano capazes de conciliar a ocupação humana com a conservação das bases biofísicas dos territórios são apresentados dois arcabouços teóricos nesse sentido: o Desenho Ambiental e a Infraestrutura Verde. Estuda-se a aplicação dessas ideias em uma área densamente urbanizada: a bacia hidrográfica do Córrego das Corujas, na zona Oeste da cidade de São Paulo. Da análise da situação atual desse curso d'água são apontadas as limitações e as potencialidades paisagísticas e urbanísticas de seu entorno, chegando-se a diretrizes capazes de incrementar a presença do Córrego das Corujas na paisagem urbana. Discorre-se ainda sobre os serviços socioambientais decorrentes de possíveis intervenções ao longo de seu traçado, notadamente, a criação de parques lineares e corredores verdes. Palavras-chave:Desenho Ambiental, Infraestrutura verde, Parques Lineares, Córre-go das Corujas, Drenagem urbana. APPLICATION OF ENVIRONMENTAL DESIGN FOR THE CORUJAS WApplication 32 Revista LABVERDE APPLICATION OF ENVIRONMENTAL DESIGN FOR CORUJAS CREEK BASIN: POTENTIAL AND LIMITATIONS FOR A LINEAR PARK IMPLEMENTATION AbstractFrom the context of the need for new paradigms of urban planning capable of reconciling human occupation and the conservation of the biophysical bases of the territories are presented two theoretical frameworks in this regard: the Environmental Design and Green Infrastructure. This study presents the application of these ideas in a densely INTRODUÇÃOA questão ambiental tem conseguido ganhar espaço na cidade de São Paulo, graças à pressão da população e da sociedade civil organizada, resultando em um nítido movimento de valorização do verde.No entanto, ainda parece prevalecer a ideia da cidade dissociada da natureza, um equívoco como nos ensinam autores como Spirn (1995), Hough (1998) e McHarg (2000. Fruto do processo histórico de "ruptura progressiva entre o homem e o entorno" (Santos, 1994, p. 05), a dicotomia homem/natureza revela-se com muita clareza na relação que nós, habitantes de São Paulo, estabelecemos com os nossos rios.Como afirma Bartalini, "o poder público tem uma tradição de desprezo aos rios, canalizando-os e ocupando as áreas de várzea" (2009). Já a população comumente associa os corpos d'água a aspectos negativos como esgoto e inundações (2006).Estas concepções de mundo penetraram também a esfera tecnocientífica, como pode 33 nº 04 | São Paulo, Junho de 2012 ser observado no pouco valor que as práticas projetuais e de planeamento urbano costumam conferir aos suportes físicos dos territórios.As consequências são evidentes: a pequena importância conferida à topografia, hidrografia, geologia e vegetação durante a ocupação do território está fortemente ligada a problemas atuais como inundações, deslizamentos, ilhas de calor, baixa umidade do ar, altos níveis de ozônio e poluição atmosférica, entre outros.Ademais, neste cenário de "emergência socioambiental" (Veiga, 2007, p. 10), o setor de construção civil tem sido cada v...
Green infrastructure as a structuring element of the urban landscape Infraestructura verde como un elemento estructurante del paisaje urbano Sandra Medina Benini Pós-Doutoranda pelo PPGARQ-UNESP, bolsista PNPD/Capes. arquiteta.
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