As lesões cervicais não cariosas têm etiologia multifatorial e são caracterizadas pelo desgaste de tecido dental mineralizado na ausência de cárie, podendo comprometer diretamente a anatomia do dente, função e estética. Além da associação com a hipersensibilidade dolorosa, algumas lesões implicam em injúrias tanto para o órgão dental quanto para os tecidos periodontais. A terapia dessas lesões exige um método de execução para cada situação e, na maioria dos casos, é necessário um tratamento multidisciplinar que vai além do âmbito odontológico. O objetivo deste estudo foi revisar a literatura atual em relação a etiologia, aspectos periodontais e as opções de tratamento existentes para o manejo clínico das lesões cervicais não cariosas. Para isso, realizou-se uma busca de artigos científicos publicados entre 2015 e 2022 nas bases de dados eletrônicos nacionais e internacionais: PubMed, Scielo e Google Acadêmico, empregando os seguintes descritores em português e inglês: Odontologia (Dentistry), Oclusão Dentária (Dental Occlusion) e Desgaste dos dentes (Tooth Wear). Ao total, 48 produções científicas foram selecionadas para compor esta revisão. Em síntese, após o diagnóstico e antes de qualquer intervenção, o cirurgião-dentista deve identificar o fator etiológico da lesão cervical não cariosa com a finalidade de controlá-lo e obter resultados satisfatórios com o tratamento, impedindo sua recidiva. Para isso, é indispensável o conhecimento e domínio do profissional a respeito de cada tratamento a ser realizado para o manejo adequado dessas lesões e, caso seja necessário, ele deve elaborar estratégias terapêuticas multidisciplinares.