O objetivo desta tese é analisar como o extraterreste, enquanto conceito ou noção, perpassa por diferentes grupos de atores, sejam eles religiosos ou não. Para tal, utiliza-se como referencial teorias sociológicas e antropológicas que privilegiam associações e interrelações, como a Teoria Ator-Rede, do sociólogo Bruno Latour, bem como as elaborações teóricas do antropólogo Tim Ingold, que propõe seguir determinada coisa, que atua como um fluxo em uma malha de significados. Dessa forma, segue-se a noção de extraterrestre através de suas relações com diferentes grupos: o pensamento de certos Novos Movimentos Religiosos, dos adeptos da religiosidade Nova Era, do espiritismo kardecista e da ufologia pretensamente científica ou paracientífica. Faz-se um levantamento bibliográfico em livros, sites institucionais, sites de notícias, filmes e narrativas midiáticas sobre seres considerados extraterrestres. Conclui-se que esse conceito não apenas é modificado ao longo do tempo e dos múltiplos contatos com outros grupos/atores/coisas, mas também interfere nas conceituações de todos os atores envolvidos – promovendo ora distanciamentos, ora aproximações, e demonstrando assim a fluidez de fronteiras entre os pensamentos e discursos dos grupos analisados.