Obtenção da farinha do resíduo do processamento de acerola e avaliação de compostos bioativos e nutritivos

Abstract

A acerola é uma fruta de grande valor nutricional reconhecida pelo elevado teor de vitamina C, e possui variada aplicabilidade na indústria de alimentos. O seu processamento gera uma quantidade considerável de resíduos, e há carência de informações sobre a composição e o aproveitamento deste material. Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi produzir uma farinha a partir do resíduo do despolpamento da acerola, e realizar a caracterização físico-química e análise de compostos bioativos, visando um possível aproveitamento para fins alimentícios. A farinha, constituída de semente e casca da fruta, mostrou-se um subproduto rico nutricionalmente, contendo 9,12% de proteína, 3,40% de lipídios, 1,76% de cinzas, 6,64% de umidade e 79,07% carboidratos, pH de 3,23 e acidez titulável de 3,30 g ácido cítrico/100g. Quanto aos compostos bioativos, a farinha apresentou elevados teores de vitamina C (764,40 mg/100 g), carotenoides (23,93 µg/g), compostos fenólicos totais (28,46 mg AGE/100 g), atividade antioxidante pelo radical DPPH (EC50 113,40 g de farinha/g DPPH) e ABTS (193,90 μmol/g de farinha). A farinha desenvolvida apresentou-se como alternativa de aproveitamento para fins alimentícios, com boa conservação devido ao baixo teor de água, além de contribuir para a redução dos resíduos agroindustriais.

Potencial de aproveitamento dos coprodutos de frutas tropicais na elaboração de novos produtos alimentícios

“…Semelhantemente, Magalhães et al (2021) obtiveram uma farinha do coproduto misto da acerola (Malpighia SSP), a qual mostrou-se uma boa alternativa de aproveitamento para fins alimentícios, uma vez que apresentou elevado valor nutricional com destaque para o teor de proteínas, carboidratos e vitamina C, de 9,12 g.100 g -1 , 79,07 g.100 g -1 e 764,4 mg.100 g -1 , respectivamente.…”

Acerola (Malpighia spp.) Waste: A Sustainable Approach to Nutraceutical, Pharmaceutical, and Energy Applications

“…Among the antioxidant compounds, Sousa (2010) highlighted that the acerola pulp residues had the highest amounts of carotenoids (881.56 µg/100 g), flavonoids (8.84 µg/ 100 g), and total phenolics (247.62 mg gallic acid/100 g fruit pulp residue) [103]. Further-more, Magalhães et al (2021) determined a protein percentage of 9.12% for acerola flour, which was similar to that found by Borges (2011), which was 9.45% [104]. Similarly, Soares et al (2001) determined a value of 9.12% for the flour made with acerola residue and 9.05% for the powdered fruit pulp, indicating a similarity in the protein content between the fruit and the residue [105].…”

Reaproveitamento de resíduos alimentares: Desenvolvimento e caracterização de farinha de casca de tangerina (Citrus reticulata)

“…Os teores de compostos fenólicos totais e da atividade antioxidante estão apresentados na Tabela 2. A FCT apresentou teor superior de compostos fenólicos totais aos observados em pesquisa realizada com farinha do resíduo do despolpamento de acerola (28,46 mg AGE g -1 ) [40]. Estudo realizado com a casca de tangerina in natura demonstrou baixo potencial antioxidante ao ser comparado com os dados da FCT (DPPH: 448,90 µM TE g -1 ) [41], indicando que ao produzir a farinha, ocorre a redução do teor de água e com isso concentram-se os nutrientes e os compostos fenólicos presentes na casca da fruta [20,42].…”