This paper combines conceptual tools from discourse and social theories to analyze a particular speech that former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva delivered at the end of his second term (2007)(2008)(2009)(2010) in the Complexo do Alemão, a neighborhood located in one of the poorest areas of Rio de Janeiro. It attempts to highlight how Lula breaks with a longstanding tradition of Brazilian politicians who have chiefly represented the political elites. While using a specific rhetoric, Lula constructs (and is constituted by) a "populist" locus of enunciation. Drawing from Ernesto Laclau's theory of populism, this paper argues that populist logic in Latin America should not be understood pejoratively, but rather as a particular way of doing politics. It thus claims that Lula positioned himself and his interlocutors as "the people," a specific Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v.25, n.2, p. 681-710, 2017 682 discourse that breaks with certain Eurocentric expectations about the "appropriate" language of politics in Brazil. Keywords: Discourse; text; context; Lula; Complexo do Alemão; populism.Resumo: Este artigo articula conceitos oriundos tanto da teoria linguística quanto social de forma a analisar um discurso proferido pelo expresidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, no fim do seu segundo mandato (2007)(2008)(2009)(2010) no Complexo do Alemão, um bairro localizado em uma das regiões mais pobres do Rio de Janeiro. O artigo aborda o modo como Lula rompe com uma tradição de políticos brasileiros que representam primariamente as elites. Por meio de uma retórica específica, Lula constitui (e é constituído por) um lugar de enunciação "populista". Engajado com a teoria do populismo de Ernesto Laclau, este artigo propõe que o populismo na América Latina seja entendido não de modo pejorativo, mas como um modo próprio de realizar política. Assim, argumenta-se aqui que Lula posicionou a si e a seus interlocutores como "o povo", um discurso específico que rompe com certas expectativas eurocêntricas do que seja a linguagem "apropriada" da política no Brasil.