em textos de autores portugueses nascidos entre os séculos XVI e XIX. O objetivo principal é mostrar, através da comparação do padrão de ordem dos "sujeitos" dessas construções, a evolução da mudança linguística que afetou a posição do sujeito e pode ter afetado as construções passivas sintéticas. Segundo Galves e Paixão de Sousa (2005Sousa ( , 2010, o Português Clássico (séculos XVI e XVII) caracteriza-se por ser uma gramática em que a posição à esquerda do verbo é uma posição para onde se movem os constituintes topicalizados, incluindo aí os sujeitos; assim, a posição de base do sujeito é a pós-verbal. A partir do século XVIII, ocorre uma mudança em que a posição do sujeito passa a ser a pré-verbal e os elementos topicalizados ocupam a periferia à esquerda. Com base nesse quadro, este trabalho demonstra através da análise quantitativa da evolução dessas três construções ao longo do tempo que a mudança que ocorre nas construções com SEde passivo a indefinido -pode ter sido desencadeada pela mudança na posição do sujeito.• PALAVRAS-CHAVE: Sintaxe histórica quantitativa. Mudança encaixada. Posição do sujeito.Passivas. Construções com SE.
ApresentaçãoNas línguas românicas, as construções com SE, mais especificamente as conhecidas construções "passivas sintéticas", apresentam um desafio para a teoria sintática no que diz respeito à posição de sujeito e a checagem de Caso, por causa do padrão de concordância que aparece nessas construções: o argumento interno pode desencadear a concordância com o verbo, como vemos em (1). 1 A maioria dos trabalhos dentro da Teoria de Regência e Ligação (MANZINI, 1986;CINQUE, 1988;DOBROVIE-SORIN, 1998;MATEUS et al., 2003;CYRINO, 2007)