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Como a literatura afro-brasileira produzida por mulheres tem recebido certa atenção nos últimos anos, já se podem encontrar nomes de mulheres afrodescendentes nas listas de prêmios literários, nas de obras a serem estudadas para exames de ingresso em cursos de graduação e de pós-graduação e nas ementas de alguns cursos universitários. Como toda exceção à regra, tal exposição não deixa, contudo, de reforçar o fato de que a justa e oportuna, ainda que tardia, titubeante e talvez até não duradoura, inserção de tais autoras nos cânones implica admitir que muitas de suas companheiras acabam sendo relegadas ainda mais ao segundo plano, já que nos restritos e elitistas espaços de aceitação e reconhecimento da produção literária, para essas autoras que circulam às margens da margem, sua admissão torna-se virtualmente impossível. Isso não significa dizer, entretanto, que tais autoras não produzam constantemente sua obra poética, cuja qualidade não tem a oportunidade de ser confirmada ou nem sequer testada, uma vez que se encontram além do alcance dos radares dos mecanismos tradicionais de aferimento do quilate de uma obra de arte cuja matéria prima seja a palavra. Uma delas e, talvez, a mais importante esteja representada justamente pelo livro impresso, luxo a que muitas autoras não têm acesso por várias razões, das quais a mais terrível quiçá seja a precária situação econômica que exige e sobrepõe atenção mais imediata a outras atividades cotidianas. Sem perder de vista o caráter social da resistência em uma sociedade onde ao machismo e ao sistema patriarcal se somam o racismo e os legados da escravidão, tratando-se de autoras afro-brasileiras, proponho-me, portanto, a acercar-me da obra poética de três de suas contemporâneas cujos laboratórios de produção são mantidos por meio de plataformas na internet. Meu objetivo, portanto, é o de não somente apresentar as citadas autoras no título, mas, principalmente, o de promover uma leitura crítica que avoque seus textos por meio de suas realizações estéticas, por conseguinte: discursivas e epistemológicas, a contrapelo das abordagens de cunho exclusivamente sociológico. Estas ainda tão predominantes quando a pesquisa se trata de textualidades afro-brasileiras.
Como a literatura afro-brasileira produzida por mulheres tem recebido certa atenção nos últimos anos, já se podem encontrar nomes de mulheres afrodescendentes nas listas de prêmios literários, nas de obras a serem estudadas para exames de ingresso em cursos de graduação e de pós-graduação e nas ementas de alguns cursos universitários. Como toda exceção à regra, tal exposição não deixa, contudo, de reforçar o fato de que a justa e oportuna, ainda que tardia, titubeante e talvez até não duradoura, inserção de tais autoras nos cânones implica admitir que muitas de suas companheiras acabam sendo relegadas ainda mais ao segundo plano, já que nos restritos e elitistas espaços de aceitação e reconhecimento da produção literária, para essas autoras que circulam às margens da margem, sua admissão torna-se virtualmente impossível. Isso não significa dizer, entretanto, que tais autoras não produzam constantemente sua obra poética, cuja qualidade não tem a oportunidade de ser confirmada ou nem sequer testada, uma vez que se encontram além do alcance dos radares dos mecanismos tradicionais de aferimento do quilate de uma obra de arte cuja matéria prima seja a palavra. Uma delas e, talvez, a mais importante esteja representada justamente pelo livro impresso, luxo a que muitas autoras não têm acesso por várias razões, das quais a mais terrível quiçá seja a precária situação econômica que exige e sobrepõe atenção mais imediata a outras atividades cotidianas. Sem perder de vista o caráter social da resistência em uma sociedade onde ao machismo e ao sistema patriarcal se somam o racismo e os legados da escravidão, tratando-se de autoras afro-brasileiras, proponho-me, portanto, a acercar-me da obra poética de três de suas contemporâneas cujos laboratórios de produção são mantidos por meio de plataformas na internet. Meu objetivo, portanto, é o de não somente apresentar as citadas autoras no título, mas, principalmente, o de promover uma leitura crítica que avoque seus textos por meio de suas realizações estéticas, por conseguinte: discursivas e epistemológicas, a contrapelo das abordagens de cunho exclusivamente sociológico. Estas ainda tão predominantes quando a pesquisa se trata de textualidades afro-brasileiras.
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