IntroduçãoA evolução dos protocolos quimioterápico e radioterápico no tratamento das neoplasias pediá-tricas tem determinado um aumento progressivo nos índices de cura. As estatísticas mostram que nos anos 1960 a sobrevida que era de apenas 4% alcançou níveis acima de 70% em 2012, desde que o diagnóstico seja precoce e o tratamento seja realizado em centros especializados 1 . Dados de literatura mostram que cerca de 40% dos pacientes oncológicos apresentam complicações bucais agudas decorrentes da toxicidade direta ou indireta, como mucosite, xerostomia, infecções fúngicas, virais ou bacterianas 2 . Os efeitos adversos envolvendo a cavidade bucal e a sua severidade estão relacionados à quimioterapia, à radioterapia, ao tipo e à localização do tumor e, ainda, às condições de saúde bucal. Os pacientes com condições de saúde bucal desfavoráveis, infecções dentárias, gengivites e falta de higiene bucal, apresentam um risco maior de desenvolver complicações que podem comprometer as funções sistêmicas durante os períodos de imunossupressão induzidos pela quimioterapia. A radioterapia na região de cabeça e pescoço tende a potencializar esses efeitos colaterais.Entre os efeitos tardios do tratamento oncológi-co, observa-se que as alterações odontológicas e do desenvolvimento facial são sequelas do tratamento oncológico e tem maior impacto, pois as crianças vivem por um período maior de tempo, necessi-