Organização da fala-em-interação: o dispositivo para o gerenciamento de fala sobreposta na conversa cotidiana em dados de português brasileiro

Abstract

Resumo: Na fala-em-interação social, é comum que os participantes falem em sobreposição. Por vezes, isso se torna problemático para as suas ações, o que exige gerenciamento e resolução da fala sobreposta. Apresentam-se aqui os resultados de estudo sobre fala simultânea e o dispositivo para o seu gerenciamento em interações cotidianas em que a língua de interação é o português brasileiro. Com o intuito de verificar se a ocorrência do fenômeno e o funcionamento do dispositivo se dão conforme a descrição seminal feita por Schegloff (2000a), que tem como base dados de conversa entre falantes de inglês norte-americano, dois encontros entre três participantes conversando em português brasileiro foram gravados, transcritos e analisados sequencialmente sob a perspectiva teórico-metodológica da Análise da Conversa Etnometodológica (ACE). Após revisão, à luz da análise dos nossos dados, dos principais aspectos de ocorrência de fala sobreposta não problemática, bem como de fala

"Te:mos o serra cura::do, temos o ni:sa, temos o serpa do:p." Suggesting products to buy, shaping materiality and multisensoriality in shop encounters

“…Second, reference is accomplished not just by selecting a grammatical format, but rather a multimodal Gestalt (Mondada, 2014), which is constituted by various resources, including linguistic and embodied ones, temporally arranged within a specific sequential environment. For instance, one practice for introducing referents typically consists in pointing or other gestures (Goodwin, 2000(Goodwin, , 2003, which supposes not only the gesture itself-not only its co-occurrence Cruz et al, 2019;Garcez & Stein, 2015, and the papers in this issue).…”

Introduction

“…Still, soon enough talk-in-interaction research groups were set up for doing CA in Portuguese at various academic centers in Brazil (PUC-Rio, UEM, UFJF, UFRGS, UFSC, Unisinos, Unifesp, USP) and more recently in Portugal as well. Given the institutional affiliation of most of these research groups within departments and graduate programs in Applied Linguistics, the bulk of conversation analytic efforts were channeled to the analysis of talk-in-interaction in institutional settings, and the analysis of ordinary conversation remains mostly informal as a preliminary step to analyses of institutional talk (but see Loder, Gonzalez, & Garcez, 2002/2004Garcez & Loder, 2004;Oliveira, 2007;Garcez & Stein, 2015;Loder, Garcez, & Kanitz, 2021) [2] .…”