“…4 Dimensão que contempla o que os autores da Psiquiatria Democrática italiana, base da Reforma Psiquiátrica brasileira, denominam como "'existência-sofrimento dos pacientes' e a sua relação com o corpo social" (Rotelli, Leonardis & Mauri, 1990, p. 30). Marx (1844) afirma ser uma dimensão essencial e singular do homem, ou seja, o seu carecimento (Bedürfnis) -muito equivocadamente traduzido em língua portuguesa por "necessidade" (Giannotti, 1985) -na relação com o outro. Marx parece se referir ao quantum de singularização de um sujeito, a ser necessariamente produzido na sua relação com o "social": "até que ponto o carecimento do ser humano se tornou carecimento humano para ele, portanto, até que ponto o outro ser humano como ser humano se tornou um carecimento para ele, até que ponto ele, em sua existência mais individual, é ao mesmo tempo coletividade" (Giannotti, 1985, p. 105, tradução levemente corrigida), "coletividade" que, com Freud (1921), aprendemos a diferenciar da grupalização massificada e alienada.…”