Beers are a vital subsistence food. Their consumption can also place the cosmological participant in closer contact to the hidden space. (Stahl, 1984, p.65) Outra característica que se tornou quase universal, porque satisfaz a uma necessidade biológica, é a manufatura de bebidas ligeiramente alcoólicas. (Meggers, 1987, p.145) drunkness also expresses culture in so far as it always takes the form of highly patterned, learned comportment which varies from culture to culture: pink elephants in one region, green snakes in another. (Douglas, 1987, p.4) Introdução este artigo será discutido o consumo de bebidas fermentadas, um há-bito amplamente difundido nas sociedades indígenas amazônicas. Um tema extenso, que possui uma série de campos analíticos (e.g. cognição, saúde, sociabilidade), muitos já razoavelmente debatidos, em especial pelas ciências médicas e pela antropologia. Na arqueologia, esse é um tema bastante recente (ver exceções em Braidwood, 1953;Katz;Voight, 1986), tendo sido negligenciado pela escola processualista norte-americana e pouco aprofundado até hoje na arqueologia brasileira (vide exceção em Neumann, 2010;Brochado, 1998).O tema dos fermentados não é, de forma alguma, um assunto escolhido de forma aleatória dentro de uma imensidão de possibilidades. Trata-se, sim, para alguém que estuda cerâmica arqueológica, de algo que está presente em (quase) todos os lugares da Amazônia há milhares de anos. Foram os potes que trouxeram o assunto à tona, o que também significa que o viés ceramológico deixará de fora da discussão outros elementos que alteram a mente, comuns a muitas sociedades indígenas sul-americanas, como o tabaco, a coca e o ayahuasca.Tampouco se pretende argumentar que se trata da resposta para todas as questões da arqueologia amazônica, um optimum climático ou uma várzea fértil pós-moderna (ver adiante). Pretende-se apenas discutir um elemento central nas transformações das sociedades amazônicas através do tempo, um elemento que