Os desafios dos serviços psicológicos mediados pelas TIC no contexto da Pandemia do Coronavírus 2019-2020

Abstract

<jats:p>No contexto da Pandemia do Coronavírus 2019-20 os serviços psicológicos mediados pelas Tecnologia da Informação e Comunicação se tornaram essenciais para o equilíbrio da saúde mental da população em distanciamento social, isolamento domiciliar e/ou em quarentena, embora, desafiador ao considerar a ambiguidade da Sociedade da Informação e do Conhecimento. Estes serviços são atividades clínicas realizadas por psicológicos cadastros nos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia através do e-Psi. O objetivo deste artigo versa na reflexão crítica sobre a tecnologia visualizando os atendimentos psicológicos mediados pelas Tecnologias da Informação e Comunicação no contexto da Pandemia do Coronavírus 2019-20 mentalizando a reconfiguração e/ou rompimento de paradigmas/obstáculos a partir de seus usos na Psicologia. O artigo caminha pela abordagem qualitativa, método descritivo-compreensivo-interpretativo e inclinação interdisciplinar de autores como possibilidade de edificação de um novo prisma acerca da construção, acesso e uso das Tecnologias da Informação e Comunicação na Psicologia na mediação dos serviços clínicos. O aporte teórico caminha pela área da Ciência da Informação e se apoia nas teorias da Revolução da Tecnologia da Informação e Filosofia da Tecnologia. Quando se considera a relação tecnologia, Psicologia, comportamento humano e serviços clínicos a Psicologia utiliza teorias clássicas na interpretação de novos construtos comportamentais e sociais originados na Sociedade da Informação e do Conhecimento. Entre 1995 a 2012 na perspectiva histórica-epistémico houve avanços significativos acerca dos estudos teóricos, técnicos e epistêmicos sobre os atendimentos psicológicos mediados pelas Tecnologia da Informação e Comunicação. Contudo, no contexto da contexto da Pandemia do Coronavírus 2019-20 emergem as necessidades de repensar as reservas, desconfianças e desafios quanto ao uso das tecnologias na psicologia clínica, visualizando os serviços posológicos como atividade efetiva, eficiente, eficaz, de qualidade e de alcance para os grupos sociais.</jats:p>

Telepsicologia para famílias durante a pandemia de COVID-19: uma experiência com telepsicoterapia e telepsicoeducação

“…Desde a chegada da internet ao Brasil na década de 1990, a telepsicologia, mais precisamente a telepsicoterapia, 6 despertou interesse e gerou controvérsia entre psicólogos. 7 O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vetou esta prática durante muitos anos, autorizando-a de forma limitada apenas em 2012. 8 Em 2018, a autorização para o uso de telepsicologia foi ampliada.…”

Mudanças da atuação multiprofissional em pacientes com COVID-19 em unidades de terapia intensiva

“…Tendo em vista esse contexto, o Conselho Federal de Psicologia publicou a Resolução nº 4/2020 suspendendo as disposições contrárias anteriores e permitindo que o profissional cadastrado no "e-Psi" faça a prestação de serviços através de tecnologia da informação e comunicação. Embora necessárias para o momento, essas modalidades de atendimento configuram um desafio à psicologia hospitalar, tanto em seus aspectos éticos, quanto teóricos e técnicos e requerem que haja reflexão e aprofundamento teórico acerca de seu uso (50) .…”

Avaliação e atendimento psicológico na pandemia Covid-19 no Brasil: uma revisão sistemática

“…Acerca disso, além do conhecimento sobre a teoria psicológica aplicada é preciso entender o básico sobre a tecnologia e as linguagens, para construção de um conhecimento de fácil acesso (Santana et al, 2020).…”

“…Consoante as estas ideias, a dificuldade de realizar a observação minuciosa e rastrear pistas não-verbais, silêncios, pausas e a entonação da voz, itens importantes no processo terapêutico, podem prejudicar o bom andamento da terapia e da evolução do cliente, tal como, a fidedignidade da AP, que pode ser enviesada devido a percepção e aos fatores ambientais (Marasca et al, 2020;CFP, 2020b;Santana et al, 2020). Desse modo, é necessário que o profissional da psicologia esteja Research, Society and Development, v. 10, n. 12, e338101220435, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20435 alerta e redobre sua atenção para os sinais que o cliente emitir durante o atendimento, pois alguns sujeitos podem fazer qualquer coisa na frente da câmera e esconder as demandas, enquanto outros, inibidos, podem sentir-se confortáveis na relação mediada por uma tela e apresentá-las.…”