Os impactos da política educacional paulista na prática docente e na organização do trabalho pedagógico nas escolas estaduais paulistas na perspectiva dos professores

Abstract

Os impactos da política educacional paulista na prática docente e na organização do trabalho pedagógico nas escolas estaduais paulistas na perspectiva dos professores RESUMO:O artigo apresenta a percepção dos professores da rede estadual paulista acerca das ações propostas pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE/SP) ao longo dos últimos catorze anos, bem como a maneira como tais ações interferem na organização do trabalho pedagógico, da escola e da prática docente. O texto faz uma breve introdução às principais diretrizes educacionais adotadas no período, bem como a maneira como se encontra organizado o magistério paulista para, em seguida, apontar quais iniciativas da SEE/SP foram mais significativas aos docentes, considerando as mais citadas durante a realização das entrevistas. Os resultados alcançados apontam para uma relação de extrema desconfiança dos docentes com a política educacional da SEE/SP, concebendo as ações adotadas pela secretaria, muitas vezes, como mecanismos de controle do trabalho do professor e de gradativa perda de autonomia. As principais medidas lembradas pelos professores em relação à política educacional paulista sugerem que os docentes percebem predominantemente aquelas mais próximas de sua rotina e do trabalho diário, faltando uma percepção ampliada das políticas educacionais, o que reduz significativamente a análise e compreensão dos problemas que afetam o cotidiano escolar e o próprio trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Política educacional; trabalho docente; escola pública; cotidiano escolar.JORNAL DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS. N° 5 | JANEIRO- JUNhO DE 2009 | PP. 13-26

O Programa Ensino Integral (PEI) do estado de São Paulo: análise das produções acadêmicas

“…Muitas vezes, há dificuldades, inclusive metodológicas, de isolar o que é consequência da política e o que são aspectos anteriores a ela. Assim, nesse exercício de análise das produções acadêmicas, foi possível perceber que muitos resultados identificados como consequências do PEI, na realidade, são consequências de um cenário político--administrativo mais amplo e anterior ao próprio programa, conforme mostram estudos que analisam as políticas educacionais da rede estadual de ensino de São Paulo nas últimas décadas (NOVAES, 2009;RAMOS, 2016;PARENTE, 2016).…”

O Currículo Da Educação Física Na Rede Municipal De Barueri: As Percepções Dos Professores

“…Este currículo possui características próprias de elaboração, concepção e forma de implementação, que podem ter influência sobre a percepção dos professores. Esta proposta, implantada em 2008, foi formulada por uma equipe de especialistas da área, sem a colaboração dos professores da rede (NOVAES, 2009), o que tem gerado algumas críticas (CASTELLANI, 2013;BRANQUINHO, 2011).…”

Os saberes profissionais dos professores: formações, carreiras e experiências nas reformas da rede pública de ensino do estado de São Paulo (1980 a 2010)

“…Sabemos que existem mecanismos para reformar professores, com o intuito de controlar suas práticas, tornando-os meros técnicos em pedagogia (HARGREAVES, 2003;PEREIRA, 2009;RAVITCH, 2011;LAWN, 2000;MUNHOZ, 2003;NOVAES, 2009), o que nos leva às discussões acerca da docência como uma semiprofissão, em um processo histórico de profissionalização-desprofissionalização com constante tutela do Estado (GIMÉNO SACRISTÁN, 1995;NÓVOA, 1992;1995b). Sabemos também que as reformas educacionais são as que possuem maior resistência por parte dos sujeitos diretamente envolvidos (PEREIRA, 2009;HARGREAVES, 2003).…”

“…A falta de diálogo entre reformadores e os principais afetados pelas reformas foi levantada em pesquisas a respeito do regime de progressão continuada e de ciclos (ARCAS, 2009;BARRETO;MITRULLIS, 1999;FERNANDES;FRANCO, 2001;NASCIMENTO, 2009;NOVAES, 2009) e das políticas de índices e de avaliação externa (ARCAS, 2009;BAUER, 2006;NOVAES, 2009;ALVES, 2011) para citar alguns exemplos. Situação aguda e mais recente pôde ser verificada como expressão significativa do "ver como Estado" no processo de reorganização das escolas estaduais, anunciado em meados do final de setembro de 2015, com PAULO, 2015a).…”