Os pais como pilares para a segurança do paciente em unidade neonatal

Abstract

Objetivo: conhecer a experiência dos pais como estratégia de avaliação da qualidade da assistência de enfermagem. Método: pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida na Unidade Neonatal de um Hospital do sul do Brasil. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas, utilizando a técnica do incidente crítico (TIC), com 18 pais que estavam com seus filhos internados por 20 dias ou mais e que tinham previsão e plano de alta hospitalar. Após, os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados: a análise revelou fragilidades no cuidado prestado pela equipe de enfermagem em relação à administração de medicamentos, ao uso de equipamentos, à monitorização e ao posicionamento dos bebês, aos cuidados com a pele e à higiene de mãos. Conclusão: a experiência dos pais revelou elementos que integram a avaliação da assistência em enfermagem, destacando-os como pilares para a segurança do paciente.

Tecnologia, humanização e bioética: percepções de enfermeiras que atuam no cuidado intensivo neonatal

“…Desse modo os avanços tecnológicos têm garantido o aumento da sobrevivência, por meio de abordagens de cuidados humanizados, que se configuram como boas práticas assistenciais como: contato pele com pele, controle de ruídos e luminosidade, presença e participação da família, nutrição adequada, manuseio individualizado, cuidados comportamentais do RN como a neuroproteção (Silva & Moreira, 2015). Acrescentam-se a esses aspectos a relações interpessoais, com vistas a proporcionar atenção acolhedora e humanizada que possibilita a reflexão sobre este processo de trabalho (Acevedo, Becerra & Martínez, 2017;Persegona et al, 2017;Moura et al, 2020). Desse modo as relações sociais estabelecidas para o cuidado proporcionam a aquisição de vivências manifestadas por diferentes sentimentos conferindo um sentido à assistência ao RN na UTIN (Facio et al, 2016).…”

“…Cabe lembrar que o objetivo da bioética é a busca de benefício com a garantia da integridade ao ser humano, tendo como o princípio básico de proteção a dignidade humana (Luiz, Caregnato & Costa, 2017;Castillo, García, Castillo, Castillo & García, 2019). Para garantir e estabelecer um cuidado seguro aos RN e suas famílias são necessários critérios, baseados em princípios éticos e bioéticos, aplicados de forma responsável e ao mesmo tempo, consciente das consequências previsíveis e imprevisíveis da ação humana (Moura et al, 2020).…”

“…Nos discursos das enfermeiras, emergiram situações de cuidado com o uso de tecnologia, humanização e suas relações com a bioética, o que requer reflexões acerca dos valores morais, éticos e respeito, compreendidos e aplicados de diferentes formas dentro dos serviços e contextos de saúde, derivados de várias concepções sobre a definição deste tema, promovendo assim a integração entre o cuidado técnico e o cuidado ético (Ribeiro, Silva & Ferreira, 2016;Rodrigues & Calegari, 2016;Souza et al, 2017;Sales et al, 2018;Maciel & Nogaro, 2019;Moura et al, 2020) O enfermeiro deve estar capacitado em atender as necessidades de seus pacientes, levando em conta as atitude e habilidades para realizar os procedimentos técnicos necessários, mantendo o respeito mútuo entre os entes envolvidos nesse contexto (Rodrigues & Calegari, 2016;Sales et al, 2018).…”

“…O cuidado prestado em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) tem-se modificado de forma considerável, sobretudo por meio da incorporação de novas tecnologias (Souza et al, 2017;Tomazoni et al, 2017;Moura, Moura, Wegner, & Hoffmeister, 2020). No entanto, não se deve reduzir a tecnologia a uma concepção simplificada associada apenas a máquinas e aparatos.…”

“…Contudo, um dos grandes desafios no cuidado ao RN grave consiste em reduzir o impacto da tecnologia nas situações que envolvem o cuidado. Para tanto, faz se necessário estabelecer critérios, baseados em princípios éticos, a fim de prover cuidado seguro, responsável e consciente das consequências previsíveis e imprevisíveis da ação humana (Barra et al, 2006;Souza et al, 2017;Tomazoni et al, 2017, Rodrigues, Wegner, Kantorski, & Pedro, 2018Moura et al, 2020) As tecnologias em saúde são classificadas em leves; leves-duras e duras. As tecnologias leves são constituídas por relações estabelecidas no processo de cuidado, incluindo comunicação, acolhimento, vínculo e escuta qualificada (Franco & Merhy, 2012).…”