No presente artigo, problematizamos as apropriações para o ensino de geometria elaboradas por José Augusto Coelho, na passagem do século XIX para o XX, no Brasil e em Portugal. Mobilizamos manuais pedagógicos de Portugal, normativas e pesquisas sobre a formação de professores portugueses e brasileiros, para a análise, diálogo e cotejamento das fontes. Como conclusões, destacamos que as divergências e tensões entre as abordagens dos ‘saberes a ensinar e para ensinar’ contribuem para elucidar a apropriação de Coelho no processo formativo de professores nos dois países. O alargamento no processo analítico, de modo a incluir outras disciplinas que participaram da formação do professor primário, como a de Desenho, permite melhor compreender os saberes profissionais em questão, seja no contexto de Portugal, seja no do Brasil.