Introdução: Os bisfosfonatos (BFs) são atualmente a classe mais relevante de agentes antirreabsortivos utilizados no tratamento de patologias ósseas, como mieloma múltiplo, metástases ósseas, doença do osso de Paget, osteogênese imperfeita e osteoporose. O mecanismo de ação dessas drogas reduz o tempo de vida útil e a função dos osteoclastos, interferindo no processo de remodelação óssea. Além disso, também promovem efeitos inibitórios sobre mediadores da inflamação, o que influencia o processo de reparo ósseo. Por conseguinte, quando utilizados em associação com intervenções cirúrgicas odontológicas, ocorre um aumento de complicações pós-operatórias, uma vez que uma das etapas para o reparo ósseo é a remodelação, a qual é afetada pelos bisfosfonatos. As complicações decorrentes do seu uso passaram a ser chamadas de Osteonecrose dos Maxilares relacionada a bisfosfonatos. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente do sexo feminino, com 70 anos de idade, portadora de osteoporose e hipertensão arterial sistêmica, que faz uso do bisfosfonato alendronato de sódio (Osteoform®). A paciente compareceu à Clínica de Cirurgia Oral da Faculdade Paulo Picanço com necessidade de exodontia da raiz residual do elemento 45, sendo submetida ao procedimento cirúrgico. O procedimento foi realizado sob cobertura antibiótica seguida de sessões de laserterapia. A paciente foi acompanhada por um período de 6 meses, visando garantir um bom prognóstico. Considerações finais: Os bisfosfonatos (BFs) são fármacos de primeira escolha para diversas patologias ósseas e seu uso está cada vez mais frequente. O tratamento preventivo desempenha um papel fundamental na redução das possibilidades de ocorrência da Osteonecrose dos Maxilares relacionada a bisfosfonatos (OMB). Atualmente, ainda não existem protocolos odontológicos terapêuticos definidos para o tratamento da OMB, o que ressalta a importância da prevenção como a melhor opção no enfrentamento dessa condição. O atendimento odontológico prévio ao início de terapias com fármacos antirreabsortivos é fundamental e deve ser parte integrante do plano de tratamento dos pacientes que utilizarão esses medicamentos.