Osteopatia Hipertrófica Associada À Metástase Intratorácica De Carcinoma Mámario Em Cadela: Relato De Caso

Abstract

A osteopatia (ou osteoartropatia) hipertrófica é um distúrbio de osteoprodução generalizada do periósteo que acomete os ossos longos, sendo geralmente secundária a alguma doença intratorácica, como doença cardiopulmonar ou neoplasia. A osteopatia hipertrófica pulmonar é uma doença incomum e que tem sido descrita em várias espécies, com maior frequência em humanos e cães. Os cães apresentam como sinais clínicos, claudicação, andar relutante, febre, letargia e anorexia. Tumefações dolorosas, de grau leve a moderado, principalmente nas metáfises distais do rádio e da ulna. O exame radiográfico é o método auxiliar mais importante para o estabelecimento do diagnóstico de osteopatia hipertrófica. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de osteopatia hipertrófica associado à metástase pulmonar de carcinoma mamário. A toracoscopia realizada serviu de auxílio no diagnóstico, além de conduzir na escolha do tratamento. Palavras -chave: osteoartropatia; neoplasia mamária; videotoracoscopia.

Osteopatía hipertrófica en perra secundaria a metástasis pulmonar de neoplasia mamaria: Relato de caso

“…A presença de claudicação, fraqueza ao apoiar os membros ao solo, aumento de volume distal em membros torácicos e sensibilidade à palpação local, é considerado um achado frequente em cães portadores de OH (Bernardi et al, 2013;Ettinger & Feldman, 2004), uma vez que o remodelamento ósseo cursa com processo inflamatório que culmina no edema de membros e a dor devido à ação de prostaglandinas, traduzida como andar dificultoso, manifestado clinicamente pela claudicação secundária ao estímulo álgico do ato de caminhar.…”

“…A imagem radiográfica da OH pode sofrer algumas variações, contudo a presença de linhas ou faixas radio-transparentes anormais no interior das metáfises distais de ossos longos e neoformação óssea periosteal com a progressão da doença são frequentemente vistas. As imagens do caso relatado são semelhantes às encontradas por Bernardi et al (2013). Segundo Prata (2016), a tomografia computadorizada apresenta maior sensibilidade que a radiologia para detectar lesões osteolíticas e de osteogênese, porém somente a radiografia dos membros foi realizada neste caso, uma vez que foi sensível para detectar as alterações relacionadas à osteopatia hipertrófica.…”

“…Sua fisiopatogenia não está completamente elucidada, porém é relacionada com aumento do fluxo sanguíneo nas extremidades (Ettinger & Feldman, 2004;Hoffmann et al, 2017). Uma hipótese é que as neoplasias liberam substâncias vasoativas na circulação que favorecem anastomoses arteriovenosas locais, resultando em sangue mal oxigenado no local e comprometendo a microcirculação, causando hipóxia tecidual e proliferação periosteal de osso neoformado (Bernardi et al, 2013;Salgado & Villegas, 2015;Withers et al, 2015). Outra hipótese está relacionada com a presença de lesões pulmonares, que cursem com interrupção da circulação pulmonar, seja por má formação congênita ou presença de nódulos pulmonares (primários ou metastáticos), ocorre a liberação de megacariócitos que podem atingir a circulação sistêmica e nos capilares são ativados e secretam fator de crescimento derivado de plaquetas e fator de crescimento endotelial (VEGF), que induzem o crescimento mesenquimal local.…”

“…Os sinais clínicos incluem aumento de volume das extremidades dos membros acometidos, podendo estar associado à dor no local, claudicação e andar relutante. Além disso, outras manifestações clínicas inespecíficas podem estar presentes, como febre, letargia, anorexia (Bernardi et al, 2013;Ettinger & Feldman, 2004), secreção ocular, congestão episcleral (Ferreira et al, 2018;Hermeto et al, 2013;Withers et al, 2015) e sinais respiratórios como tosse, taquipneia ou dispneia (Bernardi et al, 2013;Ettinger & Feldman, 2004).…”

“…O diagnóstico é realizado por meio de exame físico e exame radiográfico (Bernardi et al, 2013). O tratamento baseia-se na regressão dos sinais clínicos com a remoção da causa primária (Ettinger & Feldman, 2004;Fossum, 2014;Grillo et al, 2007), com o prognóstico variando de reservado a desfavorável de acordo com a possibilidade de resolução do processo primário (Fossum, 2014).…”