Out of Africa: The Slave Trade and the Transmission of Smallpox to Brazil, 1560-1831

Um Rio Oceânico: o Atlântico e a fronteira-escravista-mercantil no Rio Grande, c. 1765-1810

“…Uma das chaves de leitura apresentadas por Florentino para compreender tal aumento é a imbricação das esferas microbianas que se operou nos séculos em que durou o tráfico atlântico (Florentino, 1997). Por se tratar de um dos importadores de maior vulto, a América portuguesa esteve sujeita a ondas sucessivas de contato entre agentes virais, particularmente no século XVIII, dada a crescente entrada de navios negreiros e súditos portugueses em seus portos (Alden;Miller, 1987). Considerando o quadro em tela, convém lembrar da questão das epidemias na margem africana do Atlântico, especificamente na África Centro-Ocidental.…”

“…Em fins do século XVIII a região luso-africana foi o lócus de uma série de epidemias variadas, especialmente de varíola, entrecortadas por períodos mais ou menos longos de secas e fome. Além das guerras e razias em busca de cativos, que desestruturavam as comunidades locais e seus circuitos produtivos, bem como forçavam migrações de pessoas em situação de vulnerabilidade epidemiológica, é importante notar que a fixação de comunidades cujos integrantes realizavam práticas agrárias e alimentárias de matriz lusitana era um fator de transformação ambiental e cultural que tensionava a capacidade das populações livres e cativas de resistir ao avanço das doenças (Alden;Miller, 1987;Gervais, 2002).…”

From colonialism to global health: Frameworks for the history of medicine in Portugal's empire

“…Portuguese seaborne networks constituted new pathways for the global redistribution of plants, animals, and pathogens alike (Carney & Rosomoff, 2009; Russel‐Wood, 1992). Colonialism meanwhile propelled the combined processes of disease transmission (Alden & Miller, 1987; Metcalf, 2005) and landscape transformation (Dean, 1987, 1995; Faria, 2009; Miller, 2000) simultaneously across multiple sites of colonial settlement. But with few exceptions, scholarship has yet to offer an interpretive synthesis of environmental and epidemiological transformations as interrelated, synergistic phenomena in a single colonial setting, or to systematically explore possible linkages between such ecosystemic transformations as they unfolded in ostensibly disparate and disconnected theaters of colonialism (Direito, 2020; Anderson & Dunk, 2022 are highly suggestive on this score).…”

Um aroma no ar: a ecologia histórica das plantas anti-fantasma entre os Guajá da Amazônia

“…Em termos de padrões de assentamento, algumas populações andinas e mesoamericanas pré-colombianas (e, possivelmente, também cacicados amazônicos) eram densas o suficiente para permitir a infecção zoonótica humana em cadeia. E, de fato, quando as doenças zoonóticas foram introduzidas, espalharam-se rapidamente por essas populações, com efeitos devastadores (p.ex., Alden e Miller 1987;McNeil 1989:215-218). Todavia, não existiam entre os grupos pré-colombianos os tipos de domesticação animal que alimentaram a difusão de doenças zoonóticas observada no Velho Mundo.…”