Paciente diabético na clínica odontológica: protocolo de atendimento

Abstract

Introdução: A diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica crônica associada a insuficiência de insulina no organismo (DM tipo 1) ou a um defeito na ação da insulina produzida (DM tipo 2). Apresenta alta prevalência no Brasil e, por isso, é frequente o número de pacientes diabéticos no consultório odontológico. A diabetes mellitus descompensada pode levar a complicações sistêmicas, incluindo manifestações orais, como: gengivite, periodontite, disfunção das glândulas salivares, xerostomia, suscetibilidade para infecções bucais, síndrome da ardência bucal, alterações no paladar e halitose. Objetivo: O objetivo deste trabalho é apresentar a inter-relação da diabetes mellitus com o tratamento odontológico e propor um protocolo clínico e cuidados necessários no manejo desses pacientes. Metodologia: Foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica e revisão de literatura, cujos artigos científicos foram acessados nas bases de dados SciELO, PUBMED, UpToDate, LILACS e Google Scholar e publicados nos últimos 11 anos. Resultados e Conclusão: Conclui-se que é importante que o Cirurgião-Dentista (CD) tenha entendimento sobre a DM, implemente medidas de diagnóstico e obtenha informações sobre a condição clínica de cada paciente, desde a primeira consulta, a fim de realizar um atendimento individualizado, com uma abordagem que minimize o risco de complicações e melhore a qualidade de vida do enfermo.

Tratamento odontológico em pacientes diabéticos: Uma revisão narrativa

“…A execução de análises laboratoriais é fundamental para identificar as necessidades do paciente e fornecer o diagnóstico em casos de suspeita de DM (Rocha et al, 2022). Em situações de desconfiança ou identificação, o CD precisa solicitar exames como o da hemoglobina glicada e fazer um encaminhamento para o médico, mas sempre orientando e exaltando a importância dos cuidados odontológicos e das consultas de prevenção em decorrência das manifestações orais causadas pela DM (Santos et al, 2022).…”

“…É imprescindível o CD possuir conhecimento sobre os anestésicos, uma vez que o uso inadequado desse composto pode acarretar reações indesejáveis. A ocorrência desses episódios desagradáveis pode ser prevenida com a correta execução de técnica anestésica, posição adequada do paciente, boa visualização da aspiração, injetando lentamente e aplicando a dose ideal de cada paciente (Rocha et al, 2022).…”

“…A lidocaína é um anestésico local de curta duração, assim como os anestésicos de longa duração que exercem influência sobre a atividade do miocárdio, não são considerados primeira escolha para pacientes diabéticos (Oliveira et al, 2016). Entretanto, pacientes compensados ou que possuam contraindicação à prilocaína, pode ser utilizado no máximo 2 tubetes de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 (Rocha et al, 2022).…”

“…A administração preventiva de antibióticos é desaconselhada em pacientes diabéticos que estejam com condição devidamente controlada, sendo suficiente implementar apenas o protocolo de assepsia local. (Rocha;Rodrigues, 2022).…”

“…As condutas não necessitam ser realizadas de formas generalizadas, é extremamente fundamental avaliar criteriosamente cada situação junto ao médico do paciente (Silva et al, 2020). Em casos de recomendação a profilaxia antibiótica deve ser indicada em dosagem única 2g de amoxicilina 1h antes do procedimento, e para os alérgicos à penicilina, 500 mg de claritromicina ou 600 mg de clindamicina, 1h antes (Rocha et al, 2022).…”