Pacientes intensivos na recuperação pós-anestésica: dificuldades na assistência de enfermagem

Abstract

Objetivo: Descrever as dificuldades da equipe de enfermagem na assistência ao paciente intensivo na Recuperação Pós-Anestésica (RPA).Método: Estudo exploratório, descritivo, realizado com 40 profissionais de enfermagem que atuam na RPA de um hospital público no Rio Grande doSul, por meio da aplicação de um questionário. Resultados: É frequente a admissão de pacientes intensivos no setor, e as maiores dificuldades da equipeestão relacionadas à demora do atendimento médico e multiprofissional, presença de familiares em situações de emergência e oferta e manuseio dosequipamentos, como respiradores e bombas de infusão. Quanto à assistência propriamente dita, as maiores dificuldades são a realização de medidas deprevenção de lesão por pressão e o preenchimento dos registros. Conclusão: Ressalta-se a necessidade de adequação no dimensionamento da equipede enfermagem em cada plantão, segundo a quantidade e a classificação dos pacientes no período, bem como a presença exclusiva do enfermeiro e domédico intensivista 24h/dia, sendo todos os colaboradores habilitados para oferecer assistência de qualidade ao paciente intensivo admitido na RPA.

Perfil e tempo de permanência de pacientes intensivos assistidos na recuperação pós-anestésica

“…O cenário brasileiro, no qual o déficit de leitos de UTI é considerado uma realidade, corrobora os achados desta pesquisa, que apresenta número significativo de admissões de pacientes criticamente enfermos na SRPA, com média similar ao longo dos meses e anos estudados, o que demonstra não se tratar de um evento isolado 5,8 . Em relação ao perfil dos pacientes, este estudo demonstrou prevalência do sexo biológico feminino, o que difere de dados nacionais, que apontam o sexo masculino como mais acometido por causas externas e mais propenso à internação em terapia intensiva [9][10][11][12] .…”

“…O tempo de permanência dos pacientes intensivos apresentou grande variação, o que coincide com o descrito em outro estudo paulista, no qual houve variação ainda mais elevada, entre 3 e 384 horas, com tempo médio de 41,4 horas 2 , também superior ao tempo médio apresentado nesta pesquisa e muito superior ao tempo médio de permanência de pacientes em POI ou não intensivos, que é de apenas 1,8 horas 8 .…”

“…Tempo médio total: 10,7 horas intensivos apresentam média de horas de permanência significativamente maior do que as demais categorias, bem como maior complexidade nos cuidados necessários 4 . Assim, a admissão e a permanência de pacientes graves na SRPA causam repercussão negativa na equipe, pois o paciente intensivo, além da instabilidade das funções dos sistemas orgânicos, resultando em situações iminentes de emergência e de alerta constantes comuns aos pacientes em POI, requer, também, múltiplos procedimentos invasivos 16 , gerando alto nível de estresse da equipe que o atende na SRPA 2,4,8 .…”

“…Realizou-se a coleta dos dados após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição sede do estudo, sob CAAE 78636917. 8…”

“…Os pacientes críticos em leito de retaguarda requerem procedimentos que não fazem parte da rotina da SRPA, que é caracterizada por cuidados de baixa ou média complexidade. Esses procedimentos incluem a administração de dietas enterais e de medicamentos por bomba de infusão, banho de leito, prevenção de lesões por pressão, mudança de decúbito, que são realizados pela equipe de técnicos de enfermagem, na mesma proporção em que o enfermeiro desenvolve os cuidados de alta complexidade, tais como cateterismos, posicionamento para linha arterial, grandes curativos de feridas operatórias, entre outros 2,8 .…”