As claudicações são as afecções que mais afastam equinos dos dias de treinamento e competições esportivas, sendo os membros torácicos os mais acometidos. Apesar do grande avanço na medicina esportiva equina, a analgesia de diagnóstico provavelmente se mantém como uma das ferramentas mais valiosas na identificação da claudicação, com resultado claro e imediato. Muitos casos acabam evoluindo às enfermidades degenerativas crônicas, que tornam-se não responsivas às condutas clínico - cirúrgicas terapêuticas tradicionais, sendo indicado o uso de fármacos ou procedimentos cirúrgicos que promovam a analgesia paliativa “irreversível” ou reversível prolongada, através da interrupção da condução nervosa à região (neurólise). O nervo digital palmar/plantar é o mais submetido à técnica, pois os índices de perda proprioceptiva são mínimos, porém existe a informação de que quanto mais proximal o bloqueio analgésico perineural, maior o déficit motor ocasionado. Visto a escassez de informações sobre estes riscos, este trabalho objetivou realizar a avaliação postural de equinos submetidos aos bloqueios anestésicos com bupivacaína dos nervos palmares, metacárpicos palmares, ulnar, mediano e músculo cutâneo, de forma isolada e em tempos diferentes, buscando identificar possíveis disfunções motoras associadas ao nervo submetido ao bloqueio. Foram avaliados 7 equinos adultos hígidos, sem problemas locomotores e trotadores, em forma de triplicata, em relação aos seguintes testes de reação postural para o membro torácico esquerdo (M.T.E.): Prova de Dorso-flexão do Membro (PDF); Prova de Cruzamento do Membro (PCM); Prova de Deslizamento (PD) e Prova de Obstáculos após bloqueio anestésico perineural com bupivacaína 0,5 %. Concluiu-se que equinos submetidos a bloqueios anestésicos a partir do nervo metacárpico palmar apresentam déficits proprioceptivos que podem pôr em risco a vida do conjunto cavalo/cavaleiro, devendo o uso de agentes neurolíticos serem evitados em equinos atletas em atividade.