As unidades de conservação brasileiras, inseridas no contexto do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, compreendem uma política pública que busca efetivar a proteção da biodiversidade e dos recursos naturais. A despeito dessa importância, muito se tem discutido sobre a implantação de unidades de conservação e conflitos com comunidades locais. Nessa perspectiva, apresentamos uma reflexão sobre pressões socioambientais sofridas por algumas unidades de conservação de proteção integral no estado de Minas Gerais (Parque Nacional das Sempre-Vivas e pelos Parques Estaduais de Ibitipoca, Mata Seca e Serra do Papagaio), bem como sobre alguns conflitos gerados pela criação e implementação dessas unidades de conservação e possíveis alternativas econômicas com potencial de conciliar a conservação da biota com a geração de renda. Realizamos este estudo de janeiro de 2021 a março de 2023, a partir de relatos de experiências dos autores, registros de campo para a produção da publicação “Parques de Minas, Olhares Gerais” e revisão de literatura.Constatamos que comunidades locais, comumente, pressionam essas unidades de conservação, reivindicando o uso das terras para fins econômicos, uma vez que a criação dos parques restringiria, em tese, seu acesso a recursos naturais, queantes eram importantes fontes de renda. Consideramos imprescindível que esses conflitos recebam mais atenção, para redução das tensões existentes entre as áreas protegidas e as comunidades locais. Modelos de conservação exitosos indicam o ecoturismo aliado à preservação como uma importante alternativa, capaz de beneficiar o conjunto da comunidade ao invés de grupos econômicos específicos.