Este texto, de natureza teórico/metodológica interpretativa e bibliográfica, objetiva tecer uma discussão crítica acerca do culto à ignorância e da ignorância do conhecimento, partindo de exemplos de fatos sócio/históricos ocorridos principalmente em território brasileiro e colombiano. A problemática está fundamentada na seguinte pergunta: quem ou que grupos sociais, ao ignorar questões de gênero e etnia/raça, enquanto pensar o conhecimento produzido nas universidades e formação de futuros acadêmicos, contribuem não só para perpetuar a ignorância da ciência disfarçada pela neutralidade, imparcialidade e objetividade, mas também para não permitir que certos sujeitos adentrem nestes espaços? Para atender ao objetivo e problemática propostos, dentre outros conceitos, são apresentados o conceito de agnotologia e de ladinoamefricanidade, pensados pelo estadunidense Robert Proctor e pela brasileira Lélia Gonzáles respectivamente. Entende-se que estes dois conceitos articulados oferecem possibilidades outras de se questionar, enquanto sujeitos, sociedade e academia: Afinal, até quando será promovida a ignorância da ciência a partir da ciência da ignorância?