“…Abilio (2019) chama atenção ao fato de que informalidade, elevada rotatividade e trabalhos temporários já eram, antes do advento das plataformas digitais, elementos estruturantes das relações de trabalho na realidade brasileira e, de forma mais ampla, latino-americana. Já Laval (2019), levando em conta a realidade europeia, identifica que, lá, a uberização ajuda a implodir a forma salarial, bem como estende uma determinada racionalidade, baseada em condições concretas de precarização e insegurança laboral, a frações mais jovens das classes trabalhadoras que não estão familiarizadas com uma regulação protetiva do trabalho, notadamente quando se consideram as sucessivas reformas trabalhistas ocorridas ali nas últimas décadas (LINS; SILVA, 2019).…”