O artigo retoma um tema muito discutido na bibliografia sintática, a questão de saber se o Português Europeu tem alternância dativa. Será proposto que nesta língua há duas estruturas sintáticas basicamente engendradas para as construções ditransitivas e, deste modo, o Português Europeu terá alternância dativa, mas num sentido muito diferente do que tem o Inglês e outras línguas germânicas. Será proposto que não se justifica o nó aplicativo nesta língua e que a preposição é, nas duas construções, o mesmo tipo de preposição, essencialmente um marcador de caso dativo. As razões para a proposta são certos factos de ordem de palavras, anteposição, ligação e escopo.