Parto no Brasil: intervenção médica ou protagonismo da mulher?

Abstract

O parto é um evento historicamente natural que finaliza a gestação, transformando a mulher em mãe. A mudança de parto domiciliar para parto hospitalar, no Brasil, ocorreu no século XX, com a crescente evolução da assistência hospitalar, seguindo a tendência dos países desenvolvidos. Este artigo tem o objetivo de delinear a evolução histórica no Brasil da assistência à mulher no parto, a partir do século XIX e os principais tipos de parto protagonizados na atualidade. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica exploratória, através de documentos governamentais, livros e periódicos em sites oficiais do governo brasileiro e bases de dados eletrônicos como Google Acadêmico, LILACS e SciELO. As palavras-chave utilizadas foram: parto normal; parto humanizado; cesárea; e parteira, entre janeiro e abril de 2018. À seleção dos textos elegíveis e a avaliação de sua qualidade metodológica foi realizada independentemente por quatro revisores, sendo excluídos artigos que fugiam da temática proposta ou apresentassem data inferior ao ano de 2003. A partir deste estudo, foi possível identificar os principais tipos de parto e a evolução do nascimento contemplando, a problemática do processo de hospitalização do parto e as tentativas dos movimentos sociais e ações de políticas públicas, no intuito de frear este processo e redimensionar à assistência ao parto na ótica da humanização. Para que a mulher retomasse o empoderamento da sua vontade, e se deter no direito de escolher o tipo de parto que desejar para garantir uma experiência ímpar e intransferível na história da sua maternidade e para garantir este protagonismo da mulher no parto, é necessário que a equipe multiprofissional esteja preparada para adotar as boas práticas, diminuir a intervenção na assistência ao parto e coíba atos de violência à mulher.

Tornar-se mãe em tempos de pandemia: revisão integrativa da literatura

“…Com isso, o que era um momento íntimo passou a ser realizado por médicos com intervenções que violam os direitos, o empoderamento e a autonomia da mulher. 32 O uso indiscriminado da cesariana aumenta a morbimortalidade materno--infantil, bem como o custo para o sistema de saúde, eleva o risco de hemorragias e infecções nas mulheres, podendo levar ao óbito. Além disso, a cesariana relacionada ao parto prematuro aumenta a possibilidade de morte pós-natal e Apgar baixo no quinto minuto.…”

Perfil sociodemográfico, clínico e obstétrico de puérperas em um alojamento conjunto: um estudo descritivo

“…Analisando a influência da condição econômica na indicação da cesariana em situações em que não existe risco materno ou fetal, esta via é mais recorrente, em mulheres de melhor condição econômica (do Brasil;Neves & Maciel et al, 2018).…”

“…Em relação a via de parto, encontramos nos estudos de Franciscatto, Pasqua & Tolotti et al (2014) e do Brasil, Neves & Maciel et al (2018), os valores de 67% e 51,5%, respectivamente, níveis superiores a este estudo de parto Cesário. Acrescenta-se ainda, que a instituição do estudo se trata de uma maternidade de alto risco, com patologias que requerem um cuidado e tecnologia especializada sendo a indicação do parto cesáreo mais frequente, a fim de minimizar riscos maternos e/ou do recém-nascido, elevando o índice de partos cesáreos.…”

Cesárea eletiva e eventos adversos para o neonato

“…No Brasil, o cenário parturitivo sofre mudanças mais significativas somente após a década de 1960, quando reformas sanitaristas se tornaram mais intensas. Com isso, o parto passou a ser realizado em sua maioria nas maternidades, em busca de "civilizar" a população (Palharini & Figueirôa, 2018;Brasil et al, 2018).…”