A hipertensão arterial sistêmica secundá-ria (HAS-S) tem pre valência de 3% a 5%. Antes de se investigarem causas secundárias de HAS devem-se excluir:• medida inadequada da PA;• hipertensão do avental branco;• tratamento inadequado;• não adesão ao tratamento;• progressão das lesões nos órgãos-alvos da hipertensão; • presença de comorbidades; • interação com medicamentos. As situações em que se deve investigar a possibilidade de HAS-S estão na Tabela 1. A seguir, serão discutidas as principais causas de HAS-S.
Hiperaldosteronismo primário (Hap)É um grupo de doenças nas quais a produção de aldosterona está aumentada de uma forma relativamente autônoma em relação ao sistema renina-angiotensina, não sendo supressível por sobrecarga salina ou bloqueio do SRAA. Essas doenças são representadas, principalmente, pela hiperplasia bila teral das adrenais (HBA) e pelo adenoma unilateral produtor de aldosterona (APA), mas podem ser causadas por hiperplasia adrenal unilateral, carcinoma adrenal, tumores extra-adrenais produtores de aldosterona ou ter origem genética. A prevalência do HAP na população de hipertensos, de modo geral, está em torno de 6,1%, mas pode variar de 3% a 22%, sendo mais alta nos hipertensos em está-gio 3 e/ou de difícil controle. Sabe-se que a prevalência de hipopotassemia no hiperaldosteronismo primário varia de 9% a 37%.1-3 As etapas para rastreamento, confirmação de diagnóstico e tratamento estão descritas na Figura 1.
Feocromocitoma e paragangliomasSão tumores de células argentafins que se localizam na me dula adrenal (feocromocitomas) ou em regiões extra-adrenais (paragangliomas), que, em geral, produzem catecolaminas e se associam a quadro clínico de HAS paroxística (30% dos casos) ou sustentada com ou sem paroxismos (50% a 60%). O diagnóstico laboratorial do tumor é baseado nas dosagens de catecolaminas e seus metabólitos no sangue e na urina (Tabela 2).Para o diagnóstico topográfico dos tumores e de metásta ses, os métodos de imagens recomendados são: tomogra fia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM), ambas com sensibilidade próxima a 100% para tu mores adrenais. Entretanto, a RNM mostra-se superior na identificação dos paragangliomas. O mapeamento de corpo inteiro com metaiodobenzilguanidina (MIBG) tem sensibili dade de 56% para os tumores malignos a 85% para os tu mores benignos, com especificidade aproximada de 100%.Octreoscan, mapeamento ósseo e tomografia por emissão de pósitrons (PET) com diferentes marcadores podem ser decisivos quando os exames de localização anteriormente citados são negativos ou então na investigação de doença maligna. No tratamento clínico, medicamentoso, pré-operatório ou crônico são usados alfabloqueadores como prazosina ou doxazocina, combinados ou não com outros agentes, como inibidores da ECA, bloqueadores dos canais de cálcio e betabloqueadores (utilizados apenas após alfabloqueio efetivo). Em tumores inoperáveis ou no preparo pré-operatório pode ser utilizada, quando disponível, droga