RESUMOEste estudo teve como objetivo mensurar a produção de pesquisas de redes, através do produto final das pesquisasas publicações científicas. Diversas abordagens teóricas sobre o tema redes oferecem potencial diálogo entre os vários ramos das ciências sociais aplicadas. Autores contemporâneos afirmam que as empresas em busca de competitividade, encontraram na formação de redes uma alternativa estratégica. Desde os primeiros trabalhos nos anos 1980, o conhecimento sobre o tema cresceu no Brasil e no mundo. Expandindo-se de maneira não linear, o estado da arte se ampliou sem, contudo, dar uma resposta uníssona sobre questões simples, até mesmo sobre o conceito de redes. Levando em conta o escopo deste trabalho, optou-se pela abordagem do tipo quantitativa, por meio de uma pesquisa documental, utilizando-se a bibliometria, aplicada em periódicos nacionais e internacionais (Qualis A), que concentraram a publicação em estratégia, no período de 2000 a 2005, na área de Ciências da Administração. Os resultados apontam a predominância do termo redes nos estudos nacionais e internacionais; cerca de 30% dos periódicos pesquisados publicaram aproximadamente 45% dos artigos encontrados sobre o tema; a quantidade de publicações em 2000 estava em um patamar superior ao de 2002-2003, mas que voltou a crescer em 2005; e, por fim, há diferenças entre os estudos realizados no Brasil e aqueles efetuados no exterior.
Palavras-chave: Redes; Relações interorganizacionais; Aglomerações; Bibliometria.Análise da produção científica no campo de estudo das redes em periódicos nacionais e internacionais R e vist a de Ad mi nist raç ão e Ino v aç ão, S ão Pa ulo, v. 8 , n. 1 , p .29-54 , abr ./j un . 2011 30
INTRODUÇÃOAs preocupações atuais sobre competitividade não são recentes. No Brasil, a decisão de abertura de mercado no início dos anos 1990 ensejou novas perspectivas ao país, em termos de acesso a mercados. Naquele período, Lewis (1992) destacava que o mundo estava claramente se tornando um mercado único, elevando os padrões para as empresas alcançarem o sucesso competitivo e esse parece ser um processo ainda em andamento. Esse mercado único dinamizou as empresas, e a busca pelo incremento da competitividade individual e coletiva constituiu seu objetivo constante e também o dos governos, e fator crítico para a prosperidade das companhias, das cidades, das regiões e dos países, inseridos em um ambiente de concorrência global (Amato Neto, 2005). Ser competitivo significa dispor de vantagem competitiva sustentável, o que para Coyne (1986) ocorre quando o produto/serviço da empresa (cidade, região ou país) é preferido pelo consumidor ao longo do tempo, em detrimento daquele ofertado pelos concorrentes. Para compreensão da vantagem competitiva e da adequação à dinâmica da competição, almejam-se soluções para organizações que pretendem uma gestão por meio de novos modelos organizacionaisas redes. Essas estruturas empresariais possibilitam, em alguns casos, que concorrentes se tornem potenciais parceiros através de ações de cooperação (Beg...