Este artigo analisa práticas pedagógicas de professoras surdas que atuam com alunos/as surdos/as em escolas públicas regulares de João Pessoa-PB. Com base nos Estudos Surdos, evidenciamos as produções culturais que emergem de suas experiências visuais, materializadas na língua e identidades surdas. Para tanto, fizemos observações e entrevistas com três professoras surdas que desenvolviam o Atendimento Educacional Especializado, nas Salas de Recursos Multifuncionais, espaço onde consideramos que as interações entre pessoas surdas (docente-discente) ocorriam mais diretamente. Das situações pedagógicas e narrativas das professoras surdas, destacamos elementos, como: a experiência visual e o desenvolvimento linguístico. As análises mostraram que é possível a construção de processos pedagógicos que unam a educação e a cultura surda, desde que os artefatos desta sejam considerados e haja suporte para o adensamento de processos educacionais que empreendam esforço para trazer a diferença para o centro do processo. Esse é o caminho para a escola se tornar, realmente, mais inclusiva.