Resumo: Este artigo problematiza as relações de poder que envolviam a prática docente de professoras surdas que atuavam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) de escolas públicas de João Pessoa, Paraíba. A pesquisa foi embasada na abordagem qualitativa, nos Estudos Culturais, com contribuições de Michel Foucault, e nos Estudos Surdos, utilizando como técnicas a entrevista semiestruturada e a observação não participante. Os dados empíricos revelaram que as identidades docentes das professoras surdas, especialmente de uma, estavam em constantes negociações. Elas, mesmo ocupando, legitimamente, um lugar social (docentes) na instituição escolar, eram vistas como passíveis de colonização por profissionais ouvintes. Suas ações sofriam, repetidamente, interferências, desconsiderando sua autonomia docente e criando, para elas, situações de constrangimento e violência nas escolas. Palavras-chave: Relações de poder. Prática docente. Professoras surdas.Abstract: This paper problematizes the power relations that involved the teaching practice of deaf teachers who worked in the Specialized Educational Service (SES) of public schools in João Pessoa, Paraíba, Brazil. The research was based on the qualitative approach, in the Cultural Studies, with contributions of Michel Foucault, and in the Deaf Studies, using semi-structured interviews and nonparticipant observation. Empirical data revealed that the teacher identities of the deaf teachers, especially of one of them, were in constant negotiations. They, even legitimately occupying a social place (teachers) in the school institution, were seen as likely to be colonized by hearing professionals. Their actions repeatedly suffered interference, disregarding their autonomy and creating, for them, situations of embarrassment and violence in schools.