O artigo tem como objetivo discutir o conceito de gênero, como vem sendo pensado pela filósofa Judith Butler, e suas potencialidades para analisar currículos culturais. Para isso, realiza uma discussão teórica, em que se articulam os estudos realizados por Butler aos pressupostos de Michel Foucault e de algumas teóricas feministas contemporâneas. Argumenta-se que os conceitos de norma, corpo e poder são fundamentais para a compressão do conceito de gênero na perspectiva desenvolvida pela filósofa e que essa articulação é potente para analisar currículos culturais. Para evidenciar como isso ocorre, analisam-se, também, alguns Contos de Fadas que constituem um currículo de Contos de Fadas analisado em uma dissertação de mestrado. Com base na perspectiva pós-crítica do campo curricular, particularmente nas contribuições dos estudos culturais, mostra-se como esses elementos funcionam para a análise desse currículo, evidenciando tanto a reiteração das normas de gênero, como as possibilidades de resistência a elas.