A atividade pecuária no Brasil é basicamente representada pelo sistema pastoril. No entanto as adversidades edafoclimáticas promovem uma falta de uniformidade na oferta e qualidade de forragem, acarretando na maior intensificação dos sistemas de produção. A busca por alternativas de alimentação visando à melhoria no desempenho animal, tem sido objeto de muitas pesquisas, como o uso de forrageiras adaptadas a determinadas condições ambientais. Geralmente, estas plantas podem apresentar compostos que alteram a produção animal, seja positiva ou negativamente. Dentre estes compostos, destacam-se os taninos condensados (TC) que são compostos polifenólicos oriundos do metabolismo secundário das plantas. Em concentrações elevadas (6 a 12 % da matéria seca (MS)) eles reduzem a palatabilidade, o consumo, atividade enzimática, digestibilidade de proteínas e carboidratos, e consequentemente reduzem o desempenho animal. Porém, quando esse consumo é médio ou baixo (2 a 5 % da MS), permite uma eficiência na utilização da proteína dietética, formando complexos através de ligações de hidrogênio, assim, acaba protegendo a proteína da degradação ruminal, aumentando o fluxo de aminoácidos para absorção intestinal. Além de melhorar a eficiência proteica da dieta, pode-se dizer que os TC reduzem a produção de metano, e trazem benefícios no controle de parasitas gastrintestinais, melhora o desempenho reprodutivo, desenvolvimento fetal, a resposta do sistema imunológico, as concentrações séricas de hormônio, a produção de lã e lactação. O uso de plantas com baixa concentração de taninos condensados pode ser uma boa estratégia nutricional para ruminantes, desde que seu mecanismo de ação sobre o metabolismo proteico seja considerado. Esta revisão tem como objetivo, trazer algumas respostas ao uso de TC na alimentação de ruminantes, com o foco nas alterações da fisiologia digestiva do rúmen, que se torna responsável pelas consequências secundárias dos taninos sobre a produção animal.