Percepções Do Atendimento Em Saúde No Contexto De Violência Conjugal

Abstract

<p><strong></strong>Objetivo: conhecer as percepções de mulheres sobre o atendimento em saúde no contexto de violência conjugal. Método: estudo qualitativo, descritivo, desenvolvido com oito mulheres em situação de violência conjugal assistidas em uma Unidade de Saúde da Família. Dados coletados em entrevista e análise dos dados fundamentada na Análise de Conteúdo Temática proposta por Bardin. Resultados: evidenciou-se vivência de assimetrias em relação às percepções atribuídas à assistência recebida nos serviços de saúde, indo desde a percepção de um bom atendimento, permeado pela atenção, respeito e qualidade na comunicação, até a vivência de atendimento inadequado, assim percebido em decorrência da não investigação e não abordagem da violência por parte dos profissionais de saúde. Conclusão: as mulheres em situação de violência conjugal revelaram que, frente ao adoecimento físico e mental oriundo da vivência de violência conjugal, procuravam o suporte da rede de atenção à saúde.</p><p>Descritores: Violência de Gênero. Violência por Parceiro Íntimo. Mulheres. Serviços de Saúde. Saúde da Mulher. Assistência Integral à Saúde.</p>

Os possíveis impactos psicossociais na mulher diante da violência doméstica

“…Diante das violências ocasionadas em destaque na tabela 2, tem-se os impactos psicossociais (Quadro 2) que segundo o estudo realizado por Brito et al, (2020), estes impactos causam transtornos que podem apresentar baixa autoestima, isolamento, medo, ansiedade, pensamento e comportamento suicida, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e IST, como podem ter distúrbios gastrintestinais, diabetes, hipertensão, asma e lesões como hematomas e fraturas (Freitas et al, 2020) O TEPT é ocasionado por uma psicopatologia sendo desenvolvida por estímulos de estresse/ansiedade que impacta o emocional causando sofrimento psicológico e neurobiológico. Apresentando as manifestações físicas como contusões, fraturas e hematomas, as psicológicas sendo insônia, pesadelos, irritabilidade, medo, culpa, sentimento de inferioridade, fobia, crises de pânico, uso abusivo de álcool e drogas ilícitas.…”

“…Segundo Freitas et al (2020), as vítimas tem medo de compartilhar a vivência, apresentando instabilidade emocional, angústia, sofrimento, depressão, agonia, nostalgia, alterações cardíacas e aflição. Mulheres em situação de violência recorrem aos serviços de saúde com queixas de lesões resultantes de espancamento, dores crônicas, depressão e baixa autoestima.…”

“…Dessa forma, em uma análise de notificações realizadas no Brasil, notou-se que a cada 140 mil notificações, mais de 68 mil são casos de violência contra a mulher. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) 33% das mulheres já vivenciaram a violência em alguma fase da vida e isso tem uma repercussão negativa na integridade biopsicossocial (Brasil, 2018b;Freitas et al, 2020).…”