A avaliação que os pais fazem sobre o seu próprio desempenho pode ter um papel directo ou indirecto no desenvolvimento das crianças. Neste trabalho, estudamos o sentimento de competência parental face ao papel global da parentalidade e as percepções de auto-eficácia em domínios específicos da parentalidade, procurando identificar diferenças entre pais e mães, e discernir efeitos possíveis face a características demográficas, como preditores das cognições da parentalidade. Os resultados vão de encontro a evidência disponível na literatura, contudo revelam especificidades na nossa amostra que permitam equacionar singularidades, em particular face aos preditores sociodemográficos da autoeficácia, levantando questões relativas aos factores de contexto e culturais da parentalidade.
Palavras-chave:Cognições parentais, Sentimento de competência parental geral, Domínios de autoeficácia parental.
INTRODUÇÃOA parentalidade representa, muito provavelmente, o papel mais satisfatório desempenhado pelo adulto, e ao mesmo tempo, o desafio mais exigente no seu ciclo de vida adulta, dadas as demandas intelectuais, emocionais e físicas que implica, tanto para as mães, como para os pais. No entanto, cada pai pode vivenciar este papel de diversas formas, sentindo-se mais ou menos competente no desempenho do mesmo (Meunier & Roskam, 2009).A avaliação que os pais fazem sobre a sua parentalidade e a forma como estes fazem críticas ao seu próprio desempenho pode ter um papel directo ou indirecto no desenvolvimento