Objetivo: Visto que o atraso no diagnóstico e/ou tratamento do câncer implica menor chance de cura, pior prognóstico e diminuição da sobrevida, além de maiores custos para cliente, família e sistemas de saúde, objetiva-se determinar o tempo em que clientes do ambulatório de quimioterapia do Hospital de Câncer I, do Instituto Nacional de Câncer, obtêm um diagnóstico, destacando o impacto dos fatores analisados. Método: Foram entrevistados 105 clientes entre março e agosto de 2023 e utilizou-se análise de regressão multivariada para examinar as variáveis: diagnóstico, idade, sexo, cidade que reside, cor, renda familiar, escolaridade, estado civil, o intervalo entre o início dos sintomas percebidos pelo cliente até a procura ao primeiro serviço de saúde e o intervalo entre o primeiro contato com o serviço de saúde até o diagnóstico. Resultados: Observou-se uma média de 3 meses para buscar atendimento após o surgimento dos sintomas e os fatores que influenciaram até a primeira consulta incluem escolaridade, cor, estado civil, cidade de origem e idade. Entretanto, tais variáveis não mostraram influência no tempo médio da consulta até o diagnóstico, o que talvez se justifique pelo fato de que após o cliente entrar no sistema de saúde, as dificuldades (ou facilidades) de acesso nivelam todos, independentemente de suas particularidades e, nesse caso, os determinantes agem de forma aleatória. Considerações Finais: Atrasos entre sintomas iniciais e primeira consulta são associados à baixa escolaridade e falta de informação sobre a doença. Já atrasos entre a consulta e o diagnóstico normalmente relacionam-se ao contexto assistencial.