Resumo Introdução No contexto do treinamento resistido, que engloba tanto o fortalecimento quanto a reabilitação, a incorporação de exercícios de alcance global demanda uma intensa ativação dos grupos musculares do tronco, os quais desempenham um papel primordial na estabilização corporal. O agachamento, notório por sua complexidade e eficácia na ativação dos estabilizadores durante a execução, suscita uma questão central: se o agachamento recruta de forma mais acentuada a musculatura do tronco comparativamente a exercícios localizados, tais como flexões e extensões do tronco. Objetivo Identificar o grau de ativação dos músculos do tronco durante o agachamento e confrontá-lo com exercícios localizados para a musculatura do tronco: lombar e abdominal. Métodos Através da aplicação da eletromiografia de superfície, avaliou-se a ativação dos músculos iliocostal, multífido, oblíquo interno, oblíquo externo e reto abdominal. A amostra englobou 16 voluntários de ambos os gêneros, fisicamente ativos. Empregou-se um teste t de medidas repetidas (α < 0,05) como método de análise. Resultados Os músculos iliocostal, multífido e oblíquo interno manifestaram níveis semelhantes de ativação tanto no agachamento quanto em seus respectivos exercícios isolados, enquanto os músculos reto abdominal e oblíquo externo apresentaram maior atividade durante a flexão do tronco. Conclusão É possível inferir que o agachamento se configura como um exercício eficaz para o treinamento do iliocostal, multífido e oblíquo interno, enquanto os exercícios localizados se revelam mais indicados para o fortalecimento do oblíquo externo e dos músculos reto abdominais. Tais conclusões podem contribuir para a otimização do planejamento de sessões de exercícios, mediante a substituição de exercícios isolados de tronco pelo agachamento.