Perfil epidemiológico de uma coorte de gestantes sintomáticas com suspeita de Zika no estado de São Paulo, 2015-2018

Abstract

Resumo Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de gestantes com suspeita de infeção pelo vírus Zika, notificadas no Sistema de Vigilância às Emergências em Saúde Pública, do estado de São Paulo, Brasil, seu espectro de anormalidades e/ou resultados da gestação. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo de uma coorte de gestantes sintomáticas com suspeita de infecção pelo vírus Zika, residentes no estado de São Paulo, notificadas no período 2015-2018 e o resultado de sua gestação. Resultados: Das 2.329 gestantes estudadas, 29,3% foram confirmadas com a infeção, na quase metade solteiras (44,8%), a maioria de raça/cor da pele branca (74,2%), com ensino médio completo (53,6%), e concentradas no nordeste do estado. A proporção de recém-nascidos com anomalias do sistema nervoso central foi de aproximadamente 4,0%. Conclusão: Os resultados encontrados caracterizam a transmissão do vírus Zika em São Paulo e podem subsidiar ações de saúde pública nos locais com maior risco de transmissão da doença.

Análise do perfil sociodemográfico e do quadro clínico de gestantes diagnosticadas com Zika em Goiás

“…Os casos confirmados se concentraram no ano de 2016, correspondendo a maior concentração de casos confirmados em todo território nacional conforme o Informe Epidemiológico nº 47 do Ministério da Saúde. Um estudo transversal que utilizou dados de notificação de Zika em São Paulo também encontrou uma prevalência maior de casos no ano de 2016 (Martins et al, 2021).…”

“…Um estudo transversal baseado em entrevistas no Espírito Saúde demonstrou maior prevalência na faixa etária acima de 30 anos (52%) e cor autodeclarada não branca (74%) (Freitas et al, 2019). O estudo de São Paulo obteve a média de idade de 27 anos e a cor/raça branca como mais prevalente (74,2%) (Martins et al, 2021). Já o estudo na população de Juiz de Fora obteve como faixa etária mais prevalente a 22-29 anos (50%) (Zancanelli et al, 2020).…”

“…Essas possuem como característica principal a febre, tendo outros comemorativos como exantema maculopapular, cefaleia, mialgia, artralgia, astenia, prurido e alterações hematológicas (Brasil, 2016;Souza et al, 2020). Uma diferença na infecção por Zika é sua forma congênita, caracterizada por microcefalia (Silva et al, 2021) e outras alterações neurológicas que constituem a chamada síndrome congênita pelo vírus Zika (Martins et al, 2021;Brasil, 2017), como ruptura do cérebro, malformações do córtex e desproporções craniofaciais (Souza et al, 2021).…”

“…de cor/raça não branca, o que corresponde a uma população de maior vulnerabilidade social e econômica no Brasil, que demanda maior atenção da saúde pública.Em relação à sintomatologia, os dados analisados obtiveram como sintoma mais prevalente a febre (22,5%) e como sinal mais prevalente o exantema (48,5%) Martins et al (2021). obtiveram como sintoma mais prevalente a cefaleia (40%), Em relação ao número de recém-nascidos com diagnóstico laboratorial de Zika congênita, houve 30% de prevalência, diferentemente do estudo deMartins et al (2021) que obteve prevalência de 3,9%. As notificações de síndrome congênita da Zika possuem prevalências diferentes a depender da região em que são feitas, podendo demonstrar diferença real entre o número de casos ou subnotificação de alguma região.…”

Análise espacial e desfechos dos casos notificados de síndrome congênita associada ao Zikav em gestantes, nascidos vivos e natimortos em Porto Velho, estado de Rondônia no período de 2015 a 2022

“…O estudo corrobora o perfil da transmissão do Zika vírus em gestantes na cidade de Porto Velho, sendo a maior parte delas mulheres jovens, de raça/cor não branca e de gravidez única. Esse perfil se assemelha aos achadosde Ribeiro et al (2018) nas características obstétricas, onde 97,8% das gestantes apresentaram gravidez única, e diverge em partes do estudo deMartins, Froes, Katz & Sato (2021) realizado no estado de São Paulo, se assemelhando à faixa etária das gestantes, no estudo desses autores houve predomínio de mulheres brancas, ao contrário do estudo apresentado, na qual o predomínio de mulheres não brancas ser explicado pelo contexto histórico e sociocultural da miscigenação no estado de Rondônia, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) 65,02% da população do estado se autodeclara não brancos.O pico de casos notificados de Zika vírus em gestantes em Porto Velho ocorreu no ano de 2017 (74), período identificado como a segunda padrão encontrado sugere taxa de infecção próxima ao relatado em outros estudos nacionais, como o deEscosteguy et al (2020).Neste estudo, observou-se que a maior parte das US-TF realizadas durante a gestação encontravamse dentro dos padrões de normalidade, apesar de aproximadamente 15% apresentarem sinais sugestivos de alterações. Nessa conformidade, o…”