A infecção pelo vírus Zika, cuja transmissão autóctone foi registrada em 2015 no Brasil, pode ser diagnosticada durante o período gestacional e provocar complicações materno-fetais. O presente estudo descritivo e transversal consiste na análise da prevalência de gestantes diagnosticadas laboratorialmente com Zika no estado de Goiás durante o período de 2015 a 2021, a partir de dados obtidos na plataforma on-line Tabnet/DATASUS. Os dados foram tabulados no programa Excel®. As análises estatísticas foram realizadas a partir do cálculo de frequência por meio do programa Epi Info versão 2.0. O total de notificações de casos suspeitos de Zika em gestantes durante o período estudado foram de 613 casos, sendo 142 casos confirmados laboratorialmente (23,1%), sendo a faixa etária de maior prevalência a de 20-24 anos (28%) e a cor/raça autodeclarada mais prevalente a parda (57%). Em relação à sintomatologia, o sintoma mais prevalente foi a febre (22,5%) e o sinal mais prevalente foi o exantema (48,5%). Em relação aos recém-nascidos, filhos de mães com Zika diagnosticada laboratorialmente durante a gestação, houve 43 (30%) casos de Zika também confirmados por laboratório. A análise do perfil sociodemográfico de gestantes diagnosticadas com vírus Zika durante o pré-natal permite identificar e analisar de forma mais efetiva eventuais fatores de risco de infecção e, com isso, medidas de saúde pública poderão ser implementadas especificamente para esse grupo.
Introdução: A adolescência, definida como o período de vida entre 10 e 19 anos, é uma fase de profundas mudanças sociopsicológicas e anátomo-metabólicas, entre elas o crescimento rápido, o surgimento das características sexuais secundárias, a conscientização da sexualidade e a estruturação da personalidade. A gravidez na adolescência, tanto por sua prevalência crescente quanto pelas suas significativas repercussões biopsicossociais, constitui tema de grande relevância na realidade social brasileira e deve ser, portanto, estudada e analisada a fundo, a fim de que políticas públicas que possam mitigar o problema sejam pensadas, planejadas e executadas. Objetivo: Analisar o número de nascidos vivos de mães adolescentes no estado de Goiás durante o período de 2007 a 2017, correlacionando com a idade, a cor/raça, o estado civil e o grau de instrução maternos, o número de consultas de pré-natal e o peso ao nascer do recém-nascido (RN). Material e Métodos: Estudo observacional descritivo baseado em dados de estatísticas vitais no Tabnet/DATASUS. Os descritores utilizados foram “idade da mãe”, “cor/raça”, “estado civil da mãe”, “grau de instrução da mãe”, “consultas de pré-natal” e “peso ao nascer”. Foram analisados somente os dados referentes a mães adolescentes residentes em Goiás do período de 2007 a 2017. Resultados e Conclusão: No período de 2007 a 2017, foram observadas, no estado de Goiás, 191.251 gestações em mulheres com idade entre 10 e 19 anos, das quais 95,5% correspondem à faixa dos 15 aos 19 anos. No que tange à cor/raça, a maior parte das gestações (59%) ocorreu em mulheres que se autodeclararam pardas; 26,7% em mulheres autodeclaradas brancas; 2,6%, pretas; 0,6%, amarelas; 0,1%, indígenas; e 11,0% foi ignorado. Além disso, 68% eram solteiras; 15,4% com união consensual; 14,5%, casadas/ e 1,8% foi ignorado. Quanto ao grau de instrução das mães, a maior parte (58,8%) estudou entre 8 e 11 anos. Em relação ao número de consultas de pré-natal, 53,9% das mães responderam ter ido a 7 ou mais consultas. O peso ao nascer do RN foi, na maior parte dos casos (60,6%), entre 2500 e 2999 g. A gravidez na adolescência é considerada um importante problema de saúde pública, uma vez que pode acarretar complicações obstétricas, com repercussões para a mãe e para o recém-nascido, além de problemas psicossociais e econômicos. Nesse sentido, o levantamento epidemiológico analisado pode contribuir para o planejamento e o desenvolvimento de políticas públicas eficientes e efetivas destinadas a esse grupo populacional no estado de Goiás.
Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define mortalidade materna como a morte de uma mulher gestante ou em até 42 dias após o término da gestação, independentemente da sua duração ou localização. Ocorre por causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, não incluindo causas acidentais ou incidentais, e constitui grave violação dos direitos da mulher à saúde. Ainda nesse contexto, a mortalidade materna pode ser influenciada por fatores sociais, como idade, raça, escolaridade, padrão socioeconômico e estado civil, e, por isso, reflete a qualidade de vida de uma região. A mortalidade materna reflete a qualidade dos serviços de saúde prestados às mães e aos recém-nascidos, justificando a importância de uma análise profunda de suas variáveis. Objetivo: Analisar o número de óbitos maternos em Goiás durante o período de 2007 a 2017, correlacionando com a idade, cor/raça e escolaridade maternas, e grupo CID-10. Material e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, longitudinal e retrospectivo, de análise do número de óbitos maternos e suas variáveis no estado de Goiás em um período de dez anos. Os dados foram obtidos na plataforma on-line Tabnet/DATASUS do Ministério da Saúde em fevereiro de 2020 e são referentes às estatísticas vitais. Não foi necessária a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, pois são dados públicos. As variáveis escolhidas e utilizadas para análise foram “idade materna”, “cor/raça materna”, “escolaridade materna” e “grupo CID-10”. Esses constituem indicadores de saúde para avaliar a qualidade dos serviços prestados à saúde materno-infantil. Os dados incluídos e analisados se referem somente aos óbitos maternos no estado de Goiás durante o período de 2007 a 2017. Os cálculos foram realizados no Excel. Resultados e Conclusão: No período de 2007 a 2017, totalizaram-se 512 óbitos maternos em Goiás, sendo 55 em adolescentes (10 a 19 anos), 233 em mulheres de 20 a 29 anos, 188 entre 30 e 39 anos, e 36 acima de 40 anos de idade. Mulheres brancas contabilizaram 154 óbitos; mulheres pretas, 62; pardas, 264; amarelas, 2; e ignorado, 30. Em relação à escolaridade, 48 mulheres não tinham nenhuma ou tinham apenas 1 a 3 anos; 106 possuíam 4 a 7 anos, e 212, mais de 8 anos, sendo ignorado 146 casos. Os grupos CID-10 com mais prevalência foram hipertensão relacionada à gravidez (120), complicações do trabalho de parto (105) e complicações relacionadas ao puerpério (53). A mortalidade materna constitui um dos indicadores de saúde mais adequados para avaliar a cobertura e a qualidade dos serviços de saúde de forma integral, pois reflete a realidade da desigualdade social do país. Os índices epidemiológicos analisados contribuem para o planejamento de ações e políticas públicas de saúde do estado de Goiás, que promovam atenção integral à gestante e ao seu filho.
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